Alice Sebold cresceu no subúrbio de Filadélfia e estudou na Great Valley High School, na Pensilvânia.
Em seguida, matriculou-se na Universidade de Syracuse e quando estava terminando seu primeiro ano, foi estuprada um dia a noite pelo jovem negro Gregory Madison, enquanto voltava para casa, em um parque perto do campus.
Alice passou por momentos difíceis ao lado desse jovem e teve que se submeter a coisas humilhantes pelo medo de morrer. Ela era virgem e perdera a virgindade com esse estupro!
Alice volta para a Pensilvânia no dia 9 de maio de 1981. Quando retorna à Universidade de Syracuse no outono, um dia ela vê o réu na rua, e ele se aproxima dela e diz: "Ei, menina, eu não conheço você de algum lugar?" Ela corre e chama a polícia. Alice já tinha entrado na justiça contra Madison.
No dia 18 de novembro, Gail (Promotora) redigiu um memorando para os arquivos. Ela o pôs no correio no dia vinte e três. “Não há dúvida de que isso foi um estupro. A vítima era virgem e o hímen estava rompido em dois lugares. Os resultados dos exames laboratoriais revelam sêmen, e o relatório médico revela contusões e
lacerações”.
Foram feitos exames. A “amostra de pelos sabidamente pertencentes a Gregory Madison” e os pelos pubianos negróides retirados de Alice Sebold, em maio de 1981" já haviam sido comparados. O laboratório descobriu que, nos dezessete pontos de comparação microscópica, os pelos haviam correspondido em todos os dezessete. Havia uma impressão digital parcial na arma (Faca) encontrada na cena do crime, mas os detalhes dos sulcos eram insuficientes para estabelecer uma comparação. O laboratório informa que eles não podem determinar o tipo sanguíneo a partir do sêmen porque este está manchado demais com o sangue dela.
Alice voltou para casa, na Pensilvânia, para o Dia de Ação de Graças. Um dia depois de voltar para Syracuse de ônibus, havia uma carta esperando por ela no alojamento: “Em relação ao seu pedido", dizia um trecho dela, "esta é para informá-la que o réu acima indicado por uma legenda foi condenado pelo grande júri”.
O julgamento parecia iminente. Poderia acontecer a qualquer momento. No dia 4 de dezembro enquanto Alice estava em aula Madison deu entrada em seu recurso junto ao Juiz da Corte Suprema WalterT. Gorman. Madison se dizia inocente da acusação por oito crimes. Uma audiência pré-julgamento foi marcada para o dia 9 de dezembro. Paquette, que representava Madison, reconheceu uma condenação por pequeno roubo "em algum lugar do passado". O Estado não sabia o bastante para contradizê-lo, e a ficha juvenil de Madison não podia ser considerada.
Quando Gorman pediu ao promotor público assistente Plochocki, que representava o Estado se ele tinha algo a dizer sobre fiança, Plochocki disse: “Juiz, eu não tenho o arquivo”! Assim, a fiança foi estabelecida em cinco mil dólares. Equivocadamente, Alice se alegrara imaginando que seu agressor passaria o Natal e o Ano Novo na cadeia.
A cidade de Syracuse marcou o julgamento no tribunal para começar no dia 17 de maio.
O advogado de Madison, Paquette, tentou a todo custo com muitas e muitas perguntas com pormenores detalhes deixar Alice Sebold confusa. Mas ela soube se sobressair muito bem porque simplesmente falava a verdade.
E o julgamento se estendeu até 13 de julho de 1982 quando no tribunal com a presença do promotor público de Alice (Mastine), Paquette (Advogado de defesa de Madison) e Madison, Gregory Madison foi sentenciado. Era
a pena máxima para estupro e atentado violento ao pudor: de oito anos e quatro meses a vinte e cinco anos. As sentenças maiores, junto com as menores provenientes das quatro acusações restantes, correriam
simultaneamente.
Após a formatura de Alice em Syracuse, Sebold foi para a Universidade de Houston, no Texas para o ensino de pós-graduação, o qual ela não completou, devido ao envolvimento com drogas que ela tivera. Então, ela se mudou para Manhattan e lá viveu por 10 anos, onde realizou diversos trabalhos, inclusive como garçonete e tentou prosseguir a sua carreira de escritora. Sebold queria escrever a sua história através da poesia, mas as tentativas fracassavam.
Sebold deixou a cidade e se mudou para o Sul da Califórnia, onde se tornou zeladora de uma colônia de artes, vivendo em uma cabana na floresta, sem eletricidade. Ela escrevia com o auxílio de uma lâmpada a gás. Novamente Sebold iniciou nova pós-graduação, desta vez na Universidade da Califórnia. Lá ela começou a escrever sua história.
Depois de "Sorte", Sebold publicou, em 2002, o best-seller "Uma vida interrompida". O livro é um romance sobre uma menina de 14 anos que é assassinada pelo vizinho. O personagem principal conta sua história do céu, olhando para baixo quando sua família tenta lidar com a morte dela e enquanto seu assassino escapa da polícia. Este romance foi adaptado para um filme de 2009, de Peter Jackson, chamado "Um olhar do Paraíso". Enquanto Alice trabalhava em "Uma vida interrompida", ela conheceu o marido Glen David Gold, na faculdade, que enfim se tornou o homem que mais amou entre outros que ela tinha conhecido.