Introdução:
“O
Signo dos Quatro” retrata a segunda aventura de Sherlock Holmes em companhia do
Dr. Watson, provando que detetives como Holmes também podem precisar de
auxílios exteriores para desvendar o caso.
Estrutura:
O
livro tem um estrutura bem diferente da do primeiro livro no quesito divisão
das partes. O começo é rápido, intrépido, com o caso resolvido da metade para o
final, que já é bem mais lento e conta a história do assassino.
Conteúdo:
“O
Signo dos Quatro” começa com Holmes enfadado por não ter nenhum mistério a
resolver e por Dr. Watson ter descrito sua aventura em seu diário com o nome de
“Um Estudo Em Vermelho”, a ponto de tomar uma solução de cocaína a 7% em sua
própria veia para deixar seu cérebro mais ativo. Holmes faz algumas
considerações sobre a ciência da dedução analisando um relógio que Watson
herdara, até que Miss Morstan chega para ter com o detetive. Expõe o caso estranho
do desaparecimento de seu pai, as seis pérolas que recebera ano após ano, e a
carta que recebera naquela manhã e que exigia que ela estivesse
Na
coluna da esquerda diante do Lyceum Theatre, esta noite, às sete horas. Se
desconfiar, venha com dois amigos. Você sofreu um dano e terá justiça. Não
traga a polícia. Se o fizer, tudo será em vão.
Holmes
e Watson combinam com a garota às seis. Sherlock aproveita para buscar
referências, e só volta às cinco e meia. O detetive descobrira que o único
amigo do pai de Ms. Morstan, Major Sholto, morrera no dia 28 de Abril de 1882,
notando que os presentes começaram logo após a morte deste. Sendo assim, Holmes
deduz que o homem que envia as pérolas é o herdeiro de Sholto, como compensação
por a terem privado do pai. Ms. Morstan traz ao conhecimento de Holmes um papel
que, num primeiro momento, este não consegue associar ao caso com sucesso, mas
guarda para averiguação. Os três se encaminham para o Lyceum Theatre, e depois
são conduzidos até um lugar suburbano de difícil acesso, habitado por um hindu
riquíssimo chamado Thaddeus Sholto, filho do Major. Ele conta que seu pai
andara esquisito nos últimos anos, e tinha aversão a homens com pernas de pau.
Depois, recebera uma carta da Índia que lhe causou grande afetação, até que
estivesse para morrer. Em seus últimos momentos de vida, Sholto relata que, na
noite da morte de Morstan, este e ele discutiram, e como o capitão sofria do
coração, teve um infarto e bateu a cabeça contra a quina do baú. Temendo ser
condenado pela morte que não cometera, visto que até seu criado fiel não
confiava nele, Sholto escondeu o corpo e ficou com o tesouro para si. Quando ia
revelar a posição do tesouro, um rosto calvo apareceu na janela, para desespero
de Sholto que começou a gritar desesperadamente até morrer. Quando os irmãos
olharam novamente para a janela, o rosto havia sumido. Thaddeus e Bartholomew,
seu irmão gêmeo, reviraram a casa atrás do tesouro, e quando voltaram ao quarto
de Sholto percebem que o mesmo fora revirado e na cômoda havia um papel
intitulado “O Signo Dos Quatro”. As pérolas que Ms. Morstan recebia eram de uma
grinalda que fazia parte do tesouro, e Thaddeus que tomara a iniciativa de
enviá-las. Então, os quatro se encaminham para a casa em Pondicherry Lodge.
Ao
lá chegarem, descobrem que Bartholomew fora assassinado. Holmes aconselha
Thaddeus a procurar a polícia, e analisa os indícios do crime: um espinho
envenenado cravado no pescoço de Bartholomew, os pés pequenos no sótão, a corda
utilizada para que alcançassem o alçapão no teto, uma impressão de cotoco de
pau e de um sapato pesado de metal no chão, o cresoto e a pegada nele. Athelney
Jones, oficial da polícia, prende Thaddeus e dá o caso por encerrado, mas
Holmes e o apaixonado Watson vão seguir o rastro de cresoto com um cão
farejador. Holmes concluiu que o homem da perna de pau é o tal Jonathan Small
do documento do pai de Ms. Morstan. Seguindo o rastro verdadeiro de cresoto,
descobrem que a lancha mais rápida da margem do rio estava alugada, e que pai e
filho não haviam retornado ainda. Holmes, junto com Jones (que tivera que
soltar Thaddeus por falta de provas), arma uma cilada para Small. Quando este
sai da oficina com a lancha, Holmes, Watson e o policial vão atrás dele com a
lancha mais rápida que conseguiram. O Homenzinho do pé pequeno, um aborígene,
tenta lançar dardos na lancha do inimigo, mas Holmes e Watson alvejam-lhe, que
cai e desaparece para as profundezas do rio. Small é preso e conta a sua
história: ele e mais três amigos haviam “encontrado” um tesouro, mas precisavam
fugir da prisão para tê-lo. Então, eles confidenciam a posição do tesouro para
Major Sholto e Capitão Morstan, mas são enganados e juram vingança. Small,
depois de sair da prisão, vem atrás de Sholto, só que este morre antes que
possa lhe revelar onde está o tesouro. O aborígene mata Bartholomew a
contragosto de Small, que revela que o tesouro estava nas profundezas do rio
junto com o aborígene. Muito apaixonado e com seus temores levados junto com o
tesouro, Watson pede Ms. Morstan em casamento.
Análise:
O
livro é bem interessante, apesar de perder feio para “Um Estudo Em Vermelho” em
matéria de excitação. A divisão do livro, apesar de ser parecida com a do
primeiro, favorece a história. Até o assassino ser capturado, a história é
cativante – não tão dinâmica. A parte em que Small conta sua história,
infelizmente, é enfadonha e poderia ser suprimida do livro se o mistério não
tivesse que ser confessado pela boca do assassino. Sintetizando, de 0 a 10, a
nota seria 6.
Recomendações:
A
minúcia de Holmes está mais aguçada nesse segundo livro – um fato que muitos
fãs admiram. Em matéria de dinamismo, se esperar muito dele poderá se
decepcionar.
DICA:
Se for ler em e-book, recuse aqueles em que o primeiro capítulo comece em um
diálogo de Sherlock Holmes e Watson, pois está INCOMPLETO. O primeiro capítulo
original começa com Sherlock aplicando a solução de cocaína a 7% em seu braço.