A Águia Solitária - Danielle Steel

"Amar não é nada fácil. É preciso ceder, ultrapassar barreiras e lutar para vencer. Em seu 51° romance, A Águia Solitária, Danielle Steel conta a história de um amor, iniciado na Segunda Guerra, que precisou atravessar décadas para ser realizado. 

Numa tarde gelada de dezembro de 1974, Kate Jamison recebe um telefonema que desperta lembranças do passado, de quando conheceu o único homem que amou. Suas memórias se voltam para o Natal de 1940, quando viu Joe Allbright pela primeira vez. 

Kate, uma americana de 17 anos, conheceu Joe Allbright, um ousado aviador, numa festa de debutante às vésperas de Pearl Harbor. Mesmo completamente interessados um pelo outro, eles não puderam ficar juntos. Naquele momento Joe estava totalmente comprometido com sua carreira e a guerra fez com que tomasse uma dolorosa decisão que modificaria para sempre a vida de ambos. Utilizando a Segunda Guerra como cenário, Danielle Steel cria mais uma história emocionante e irresistível. Um romance de amor e sacrifício sobre um homem fora do comum, a mulher que o amou e um vínculo tão forte que nunca poderia se partir. 

Mal sei como começar. Muitos podem se desanimar ao ler o prólogo, pois começa com a morte de Joe, ao final de tudo. E peço que, por favor, continuem a ler o livro. Afinal, se a gente lesse um livro apenas para saber como ele acaba, pularíamos logo para as últimas páginas, não é mesmo? Não sei bem como descrever esse livro, tamanho o meu choque com seu conteúdo. “Fora uma dança mágica durante trinta e quatro anos, cujos passos não foram fáceis para nenhum dos dois aprender.” Verdadeiramente, a vida deles fora uma dança mágica, mortal e muito, muito difícil. Acho que não há maneira melhor de descrever o que eles passaram juntos, e nem em como passaram. Por isso digo que o livro foi sufocante, pois foi assim que me senti a maior parte do tempo. Não de uma maneira ruim. 

O amor que os dois sentiram um pelo outro foi quase instantâneo e essa união, de forma alguma poderia se romper. Não importasse o quanto ela fosse esticada, não se arrebentava, apenas se tornava mais flexível. O que eles passaram foram situações imagináveis, capazes de nos fazer sentir raiva, pena, alívio. E, principalmente, de nos perguntar como poderia dar certo, ao final. “Mas a ironia era que ele tinha necessidade de fugir, de estar livre, e Kate precisava se segurar à vida. Era como um cabo-de-guerra. E, no entanto, ele sentia que, se pudessem relaxar a força, ambos venceriam.” 

Todo o livro é uma montanha russa, cheia de altos e baixos. Kate e Joe brigam e se reconciliam, se separam e se reencontram. E em cada momento é extasiante, difícil não se deixar envolver. Juntamente com Kate amei Joe. E muito ao contrário dela, também odiei. Bastante. Não por seu amor em primeiro plano com os aviões, mas por causa do seu egoísmo. Às vezes era difícil acreditar que ele se importava com ela, ou que pensava em outra pessoa além dele. 

Por muitas vezes fiquei com raiva de algumas decisões dele, e outras por causa das decisões dela, ou falta das decisões. Por isso foi um alívio quando eles finalmente aprenderam os passos dessa dança exótica. Foi difícil, mas aprenderam. 

Cheio de situações inesperadas, o livro nos apresenta personagens incríveis, complexos e ambientes tão divergentes quanto harmoniosos. Entremos nessa dança com o casal principal, tropeçamos e voltamos com eles. Um livro romântico, diferente de todos os outros que eu já li. Não é daqueles romances “bonitos” em que o amor supera tudo, mas algo mais próximo ao real, em que nada é tão fácil e que para tudo é preciso batalhar bastante. Mas que depois de tantas feridas e cicatrizes, tudo pode valer à pena.