Os objetos é o primeiro conto e narra o diálogo entre o marido e sua mulher sobre os objetos comprados, os seus valores e suas representações. Como o peso de papel que só tem função se está sobre papéis e um anjinho que só tem valor quando tocado, ganha vida.
Verde lagarto amarelo fala sobre dois irmãos, o mais velho, Rodolfo, e o caçula, Eduardo. O mais novo sempre foi o preferido da mãe, e o mais velho vivia a serviço do querer dele por intervenção da mãe. O mais velho sempre mais calado e quieto cresceu e vivia sozinho; a única coisa que sentia ter era a escrita; ele era escritor. Já o mais novo era casado, animado. Foi numa visita que fez ao irmão que lhe declarou também ter escrito um romance, roubando assim a única coisa pertencente ao irmão mais velho.
Apenas um saxofone é a história de uma mulher velha e rica. Tinha um homem rico que a sustentava, um jovem que lhe satisfazia e um professor espiritual com quem dormia. Possuía jóias, tapetes e uma mansão, no entanto vivia infeliz. Vivia na saudade do seu grande amor, um saxofonista que se dedicara a ela completamente. Ela era a música dele. Ele tocava com paixão o saxofone e assim mantinha a mulher. Mas a relação se desgastou a ponto dele ir embora enojado. E assim ela vivia só com a lembrança.
Helga fala de um jovem do sul do Brasil que vivia em férias na Alemanha, logo assumindo uma vida alemã. Em uma das férias passou pela guerra, não seria mais aceito no Brasil. Vivia ali de uma espécie de tráfico de alimentos. Foi lá que conheceu Helga, uma alemã por quem se apaixonou. Ela tinha uma cara perna ortopédica. Chegou a noivar, o pai dela propôs que iniciassem o tráfico de penicilina, mas faltava o investimento inicial. Foi assim que ele casado com Helga roubou-lhe a perna ortopédica e desapareceu voltando, tempos depois rico para o Brasil.
O moço do saxofone narra a história de um chofer de caminhão que se instalou em uma pensão. Nela viviam inúmeros anões e uma mulher com seu marido que era saxofonista, um homem traído e conformado. Na pensão havia quartos separados. Quando a esposa estava com outro homem o marido tocava o saxofone de uma forma deprimente. Isso incomodava demais o chofer. Quando ele se encontrou com a mulher do saxofonista marcaram um encontro. Ela explicou qual era a porta; no entanto quando ele chegou foi ter com o saxofonista. Conformado como era indicou a direção e ao ser questionado o por que não fazia nada ele afirmou que tocava o saxofone. Com isso o chofer partiu da pensão.
Antes do baile verde narra a preparação da jovem Tatisa para o carnaval. Com ajuda da sua empregada pregavam nos últimos minutos as lantejoulas na saia da moça. Nesse momento a empregada se inquietava, pois iria se atrasar para o encontro com seu homem e também discutiam o fato de que o pai de Tatisa vivia seus últimos minutos. Ainda antes de sair a menina duvidosa da proximidade da morte do pai desejava ir ao baile. Assim, as duas saíram à porta deixando o pai de Tatisa desfalecendo.
A caçada fala de um homem que visitando uma loja de antiguidades encontra uma tapeçaria velha onde encontra alguma lembrança que não reconhece. Então torna-se preso à imagem e se sente como personagem da caçada que ela ilustrava. Passou a ir à loja com frequência para observar a peça e foi na frente dela que teve um ataque cardíaco.
A chave fala de um casamento saturado onde Tom e sua mulher se arrumam para um jantar enquanto ele insatisfeito reclama e pensa na inutilidade desses jantares e no quanto gostaria de ficar ali dormindo.
Meia noite em ponto em Xangai narra a noite de uma cantora que alcança o momento de brilho de sua carreira em um concerto na China. Ela recebe em casa, depois do show, seu empresário e conversam sobre a carreira dela e sobre a desumanidade dos empregados dali. Porém, depois que o empresário se vai a cantora junta-se a seu cachorrinho e se aterroriza com a escuridão e com a suposta presença do empregado no aposento.
A janela narra a conversa entre um homem e uma mulher. O homem chega ao quarto da mulher, se aproxima da janela dizendo que seu filho morrera ali e que na janela havia uma roseira que seu filho amava. A mulher o questiona mas ele pouco responde preso à lembrança do filho. A mulher então lhe oferece um refresco ao que ele aceita, mas quando ela retorna ao quarto vem acompanhada de médicos. Ele lhe pergunta o motivo e sem necessidade da camisa de força os médicos o levam embora.
Um chá bem forte e três xícaras fala da espera de uma mulher enquanto observa uma nova borboleta em uma rosa por sua convidada ao chá, uma jovem de 18 anos que trabalha com seu marido. A empregada que está com ela pergunta se tal moça é a que telefona procurando o patrão e ela afirma que sim. Depois, limpando as lágrimas a mulher caminha até o portão para receber a jovem que vem chegando enquanto a empregada vai buscar o chá e três xícaras, caso o patrão venha também.
O jardim selvagem fala sobre o chamado Tio Ed, casado com Daniela que era como um jardim selvagem. A princípio, em confidência com a sobrinha, a Tia Pombinha, irmã de Ed, desaprova o casamento dizendo que Daniela vive constantemente com uma luva em uma das mãos a qual ninguém vê. No entanto, depois de conhecê-la a acha um amor. Depois de um tempo a empregada da casa conta à sobrinha de Ed que viu Daniela matar o cachorro da casa com um tiro na cabeça; ela afirmou que só o poupou da dor que a doença lhe causava. Por isso, a empregada pediu até demissão. Dias depois chegou a notícia que Ed estava doente e mais tarde que ele se matou com um tiro na cabeça.
Natal na barca narra o diálogo de uma senhora com uma mulher em uma barca que cruza o rio no dia de natal. A mulher trás no colo o filho doente a quem está levando ao médico. Durante a viagem ela conta a senhora de como perdeu o filho mais novo quando ele pulou do muro intencionando voar e como o marido a abandonou mandando uma carta depois. A senhora, sem saber o que dizer arruma a manta do bebê; então percebe que ele está morto. Nesse ponto a embarcação chega e ela se precipita para descer não querendo ver a dor da mulher. Porém, assim que descem o bebê acorda e a senhora vê a mãe e a criança partirem.
A ceia trata da despedida de dois amantes em um restaurante. A mulher desesperada e apaixonada tristemente suplica para que o homem a visite, mas ele afirma que acabou. No entanto, diz que foi bom durante o tempo que durou e não quer romper como inimigos. Ela assume um ar sarcástico e o questiona sobre a noiva; depois lhe pede que vá embora, partindo sozinha.
Venha ver o pôr-do-sol fala da história de um casal que depois de um tempo que já haviam rompido o relacionamento e devido às súplicas desse homem se reencontraram. Ricardo marca um encontro no cemitério. Raquel vai relutante e assim conversando ele a conduz até o jazigo que dizia ser de sua família. Ele a leva até lá a fim de mostrar no túmulo a fotografia da sua prima que tinha olhos parecidíssimos com os dela. Quando entra no jazigo Raquel vê que a data da morte da moça era muito antiga para ela ter sido prima de Ricardo mas a esse ponto ele já havia fechado o jazigo. Ele trancou a fechadura e depois foi embora com um olhar mortiço.
Eu era mudo e só fala sobre um homem oprimido pelo casamento que o afastou dos amigos. A mulher, criada na perfeita educação das aparências também passa isso para a filha Gisela. Ele abandonara o jornalismo e se tornara sócio do sogro no ramo de máquinas agrícolas apenas para manter o padrão que Fernanda exigia.
Pérolas fala sobre Tomás e Lavínia, que são casados. Ela se prepara para uma reunião. Ele sentado observa ela a se arrumar e já imagina o que acontecerá na reunião: Vê a mulher com Roberto na sacada próximos, sem palavras, mas sabendo que se amam. Ele fica incentivando-a a ir. Quando ela procura o colar de pérolas, para finalmente ir para a reunião, não o encontra. Ele o escondera para diminuir a realidade do que aconteceria na sacada, mas quando ela estava já saindo na calçada ele a grita dizendo ter achado o colar e o entrega à ela.
Menino narra a ida do menino e sua mãe ao cinema. Enquanto caminham ele vai orgulhoso por causa da beleza da mãe. Então entram na sala e passam por muitos acentos com vaga para duas pessoas até que chegam ao acento com lugar para três. O filme começa e o menino reclama da enorme cabeça na sua frente. Ele tenta mudar de lugar, mas a mãe não deixa. Assim um homem chega e senta na cadeira vazia ao lado da mulher. Depois de alguns momentos o menino olha e vê a mãe de mãos dadas ao estranho que sentara ao lado e depois as mãos nos joelhos. Daí para frente a imagem da mão branca da mãe e da mão morena do homem deixa o menino perturbado. Pouco antes do fim do filme o homem vai embora. O menino e a mãe vão embora; ela alegremente! Chegando em casa o menino encontra o pai e então chora mas não diz o que aconteceu.