St. Mary Mead, um pacato vilarejo, onde há quinze anos não ocorre um homicídio e onde as pessoas discutem a vida alheia tomando chá. Quando um sangrento crime acontece em plena casa do pastor, o alvoroço é grande. O arrogante inspetor Slack é escalado para investigar o caso. O mistério também intriga uma discreta moradora que gosta de jardinagem e de observar pássaros de binóculo, mas cujo principal hobby é o estudo do comportamento humano, Miss Marple. A estreia da sagaz velhinha, o aparecimento de personagens inusitados e a engenhosidade da trama fazem deste romance de 1930 um dos clássicos de Agatha Christie.
Agatha Christie é uma das autoras
mais traduzidas, mais lidas e melhores - dentro do seu gênero - do mundo. Ela é
conhecia por seus dois personagens principais: Hercule Poirot e Miss Marple.
Assassinato na casa do pastor é o
primeiro caso da Miss Marple - uma senhorinha extremamente observadora que é
muito interessada no comportamento humano. Nada escapa aos seus olhos.
Tudo começa quando Protheroe é
assassinado na casa do pastor - vocês nem devem ter desconfiado pelo título,
imagino. Como St. Mary Mead é um vilarejo minúsculo, logo todos estão sabendo
do ocorrido. E claro, todos estão curiosíssimos para saber quem é o assassino.
As pessoas começam a conversar
mais umas com as outras, a igreja fica cheia de gente - querendo fofocar no
pátio depois da cerimônia - e todo mundo parece ter uma desculpa para ir até a
casa do vizinho para conversar. E o interessante é que ninguém - nem mesmo a
mulher do defunto - parece estar triste com a morte de Protheroe. Estão movidos
apenas pela curiosidade. Todos achavam Protheroe um homem arrogante. E por
isso, concordam que ele fica melhor como morto já que o coronel não era nem um
pouco querido. Até o pastor, concorda, vejam só..
O livro é todo narrado em
primeira pessoa pelo pastor, que aos poucos - e junto com Miss Marple
- se mete a detetive. Mas as coisas
parecem ficar cada vez mais complicadas. A lista de suspeitos é enorme e coisas
estranhas começam a acontecer.
O mais curioso e divertido desse
livro é saber como Miss Marple foi criada. Você vai descobrir muitas coisas
sobre essa velhinha. Até que, surpreendentemente, ela não era adorada por
todos, pelo contrário.
A polícia passa a investigar o
caso, é claro, e se depara inúmeras vezes com grandes suspeitos, inclusive com
alguns que até confessam o crime. Porém mesmo com certas confissões não é fácil
descobrir o verdadeiro assassino. Mas como saber que as confissões são
verdadeiras? E se tudo não passa de um plano? É por isso que os livros da
Agatha fazem tanto sucesso! A solução dos mistérios é a que menos se espera!
O Pastor Clement, a queridíssima
Miss Jane Marple (estreando neste livro) e outros moradores da aldeia fazem de
tudo para tornar o caso fantástico e realizar a prisão do assassino. Miss
Marple é a mais astuta da história, é basicamente ela que encontra uma
explicação para todos os fatos.
Miss Marple usa seu amor pelas
flores e pelos pássaros para saber tudo o que acontece na aldeia (ela se agacha
no jardim quando passa alguém conversando e que ela não quer que saiba que ela
está por perto e usa seu binóculo de olhar pássaros pra ver as pessoas de
longe) e logo faz deduções excelentes para descobrir quem foi o assassino.
O final é muito engenhoso e
articulado. Diria que muito satisfatório, pois ao leitor é oferecido uma
resolução por um lado bem simples, mas que conscientemente preferiu ignorar,
pensando em resoluções mirabolantes. E não há forma melhor de terminar um
romance policial com a sensação de ter sido enganado ou de não ter sido
inteligente ao ponto de perceber aquela resolução que era a mais fácil e a mais
plausível.
Personagens:
Velhinhas - as fofoqueiras
Um pastor - o inteligente
Belas damas - cada uma com uma
personalidade totalmente diferente da outra
Jovens - acham que já sabem tudo sobre
a vida ou sobre o amor
Um inspetor de policia - acha que
só sua opinião é a correta
Um coronel - um cara legal
Um médico - de opiniões fortes
Vários outros personagens legais
e outros não tão legais.