O médico e o monstro (Robert Louis Stevenson)


Utterson era um sujeito tranquilo, de respeito, além de um competente advogado. Sua integridade era notória e seus hábitos, louváveis. Mas era, como qualquer um, movido por curiosidades. E uma das que mais lhe incomodava era o testamento de seu cliente e amigo, Dr. Henry Jekyll.
Havia um tal Sr. Hyde na vida do médico, um sujeito que, estranhamente, era herdeiro de Jekyll, ainda que não tivessem nenhum parentesco, ainda que Utterson jamais tivesse visto o amigo acompanhado desse tal Hyde. E o advogado ouvira bastante sobre esse misterioso homem.

Os relatos das atrocidades provocadas pelo Sr. Hyde parecia aumentar. A princípio, uma crueldade "leve", a ponto de escandalizar um grupo de pessoas, mas não o suficiente para torná-lo perigoso aos olhos da cidade. No entanto, suas atitudes tornavam-se cada vez mais sádicas, como se um monstro sem moral e limite aflorasse noite após noite, provocando dor e crime sem nenhum resquício de remorso na manhã seguinte.
Utterson ficava cada vez mais curioso a respeito dessa estranha relação entre o médico e um desconhecido com má fama. Havia algo naquela história que o incomodava e, seguindo seus instintos, decidiu que era hora de descobrir. E era nas respostas que o terror se abrigava, longe da luz e de qualquer bondade que o coração humano pudesse sentir.
   
Dr. Jekyll era, na verdade, o próprio Dr. Hyde. A história em si é famosa, quando as pessoas usam a expressão "médico e monstro" ao se referir a alguém de personalidade dupla, uma boazinha e outra horrenda. Hyde era o monstro.
Utterson, no entanto, precisava chegar a essa informação por conta própria e, ao receber Poole, o criado do seu amigo, pôde perceber que a situação estava cada vez pior. Ao que parecia, ninguém na casa de Jekyll queria aproximar-se do patrão.

 "- Agora caminhe o mais silenciosamente possível - disse Poole - é necessário que o senhor ouça sem, contudo, ser pressentido. E, se ele o convidar a entrar, não o faça, em absoluto."

Utterson, depois de muita dificuldade, obteve documentos que resolveriam todo o mistério. Dr. Hery Jekyll desenvolvera uma droga capaz de transformar um homem, literalmente. Não apenas sua personalidade, como seu próprio corpo sofria drásticas mudanças. A transformação era dolorosa, mas ao fim dela, a sensação era libertadora. A nova personalidade era desprovida de moral, de senso ou limite. Era capaz de fazer tudo o que queria, até mesmo sentir prazer em causar sofrimento.
À princípio, segundo o diário de Jekyll, o experimento era maravilhoso. Durante a noite, transformava-se em Hyde e vivia uma vida sem barreiras ou peso de consciência. Era apenas ele e suas vontades. Mas o controle de uso da droga fora negligenciado. Logo, Hyde tornou-se a mente dominante e, para manter viva a aparência e sanidade de Jekyll, era preciso tomar os remédios. O médico fora substituído pelo monstro e, para mantê-lo latente, a droga era, agora, uma necessidade.
O fim, como toda história de terror, não tem um final feliz, mas é de longe um fim trágico. Acho que podemos dizer que a história termina com um grande nevoeiro e sombras ao pé da escada, e ninguém nunca saberá o que há por trás disso.



Resumo por capítulos: 

Capítulo 1: A história começa em um domingo, com o advogado Mr. Utterson e seu amigo Enfield caminhando pelas ruas de Londres. Enfield, em certo ponto da caminhada, aponta para uma porta e pergunta se Utterson conhecia o local. Utterson diz que não e Enfield conta que certa madrugada de inverno, presenciou uma garotinha sendo pisoteada ali perto. Após agarrarem o pisoteador, calmo e frio diante da multidão que se formou, e exigirem reparação, ele entrou por aquela porta e voltou com moedas de ouro e um cheque cuja conta pertencia a um cavaleiro de prestígio da cidade. Pensaram que o cheque era falsificado, mas aguardaram o banco abrir e descobriram que o cheque tinha fundos e o malfeitor podia ser libertado. O fato levou-os a pensar que o cheque tivesse sido obtido por meio de chantagem. Utterson fica sabendo que Hyde era o nome da pessoa que tinha a chave daquela porta e Enfield já havia visto-o entrar outras vezes lá. Os dois selaram um pacto, de não falarem mais sobre o assunto. Há a descrição de Utterson. 

Capítulo 2: Naquela noite, Utterson, advogado, analisou o testamento do Dr. Henry Jekyll, manuscrito, que estava guardado em seu cofre. O testamento deixava claro que Hyde era o beneficiário dos bens do médico cientista em caso de desaparecimento ou ausência inexplicável. Pensando na história contada por Enfield, fica preocupado e decide fazer uma visita ao ex-colega de escola e grande amigo, Dr. Lanyon, para tentar entender por que Hyde está incluído no testamento. Lanyon, afastado de Jekyll há quase uma década, por achar que o médico assumiu uma postura que não o agrada, não ajuda. Utterson vigia a porta por alguns dias, encontra Hyde e conversam. Utterson como Enfield tem sensação ruim e teme pela vida de Jekyll. Utterson vai à casa de Jekyll, o mordomo Poole diz que Jekyll não está, mas confirma para Utterson que o Sr. Hide tem a chave da edícula dos fundos e que todos os criados são orientados a obedecê-lo. Utterson sai convencido de que Jekyll está sendo chantageado por Hyde, talvez por coisas que tenha feito no passado. Utterson sai preocupado com Jekyll. 

Capítulo 3: Duas semanas depois, Jekyll convida alguns amigos para jantar e entre eles, Utterson, que é o último convidado a ir embora e aproveita para perguntar a Jekyll sobre o testamento e desaprovar os termos do documento, pois soube algumas coisas sobre Hyde. Jekyll fica pálido ao ouvir o nome de Hyde e diz que sua relação com Hyde é estranha e dolorosa. Utterson insiste, e Jekyll diz que pode se livrar de Hyde quando quiser e Utterson não deve se preocupar mais. Assegurou-se de que os termos do testamento serão respeitados e conclui que apenas se faça a justiça, se for necessário. 

Capítulo 4: Quase um ano se passa, numa noite de outubro, há o assassinato de Sir Danvers Carew, respeitado cavalheiro londrino, presenciado por uma empregada que reconheceu o Mr. Hyde como o assassino. A empregada desmaiou ao presenciar a agressão. No bolso da vítima, a polícia encontrou uma carta endereçada ao advogado Utterson, que, chamado, identificou a vítima. Utterson reconheceu uma bengala quebrada, que foi usada como a arma do crime, pertencendo ao Dr. Jekyll. Utterson leva os policiais até à casa de Hyde e a revistam. Percebem que o mesmo saiu às pressas e atrás de uma porta encontram a outra metade da bengala usada no crime. O inspetor quis colocar cartazes de “PROCURADO” pela cidade, com o rosto de Hyde estampado neles, mas descobre ser impossível pois Hyde nunca fora fotografado e as pessoas que o viram são incapazes de descrevê-lo.

Capítulo 5: Mr. Utterson (O advogado) é recebido por Poole (mordomo) na casa de Dr Jekyll e é levado ao laboratório do lado de fora da casa e encontram Jekyll doente. Utterson quer saber se Jekyll esconde Hyde e este garante que nunca mais colocou ou colocará os olhos nele. Utterson continua preocupado com os termos do testamento e o que podem representar para a segurança de Jekyll. Utterson parte levando o bilhete que recebeu de Jekyll, escrito supostamente por Hyde, dizendo que não mais causará problemas ao doutor. Ao chegar em casa, Utterson mostra o bilhete ao seu contador e especialista em grafologia, Mr Guest. Este acha que o bilhete foi escrito de modo estranho. Nesse momento, um empregado traz um convite de Jekyll para Utterson. Analisando e comparando ambas as caligrafias, Guest conclui que são similares, com pontos em comum, mas com inclinação oposta. Após ficar sozinho, Utterson guarda o bilhete no cofre, certo de que seu amigo Jekyll forjou o bilhete para encobrir Edward Hyde. 

Capítulo 6: Ninguém deu a Scotland Yard informações sobre o assassinato de Carew. Hyde nunca mais foi visto. Jekyll, saudável, voltou a receber os amigos. De uma hora para outra, Poole impede Utterson de visitar Jekyll. Utterson preocupado com a saúde de Jekyll, resolve visitar o Dr Lanyon, mas este está doente, em profundo estado de terror e diz que nunca mais quer ouvir falar de Jekyll e que o considera morto. Em casa, escreve uma carta a Jekyll querendo saber o que houve entre os dois ex colegas. No dia seguinte, a resposta de Jekyll, em forma de carta enigmática, vem afirmando que também não quer ver Lanyon nunca mais. Lanyon morre três semanas depois e Utterson recebe uma carta com dois envelopes, sendo instruído a abrí-la após a morte ou desaparecimento de Henry Jekyll. Fiel ao pedido, coloca o envelope no cofre. A partir desse terceiro dia, tenta reencontrar Jekyll mas o mordomo Poole não permite sua entrada à casa. Jekyll está vivendo sozinho em seu laboratório e não quer ver ninguém. 

Capítulo 7: É domingo e o advogado Mr. Utterson e seu amigo Enfield estão caminhando pelas ruas de Londres. Eles passam novamente pela porta de Hyde (Aquela que haviam combinado de nunca mais falar) e voltam a falar sobre Hyde e a repulsa que se sente ao olhar para ele. Ambos decidem virar a esquina e tentar conversar com Jekyll. O encontro dos três é bastante DRAMÁTICO: Jekyll à janela, doentio e desanimado, diz aos dois que sente que sua morte está próxima e que será um grande alívio para ele mesmo. Recusa-se a caminhar com os dois e diz aos dois que os convidaria a subir, se não fosse a desorganização. Após dar um rápido sorriso aos amigos, muda sua fisionomia e sua face torna-se aterrorizada e desesperada, o que deixa os observadores assustados. Jekyll fecha a janela violentamente e os dois vãos embora pálidos e perturbados. 

Capitulo 8: Mr. Utterson estava sentado junto à lareira certa noite após o jantar quando foi surpreendido pela visita de Poole. 
     "- Agora caminhe o mais silenciosamente possível - disse Poole - é necessário que o senhor ouça sem, contudo, ser pressentido. E, se ele o convidar a entrar, não o faça, em absoluto."

Capítulo 9: Segundo Lanyon escreve, Jekyll mandou a ele uma carta pedindo-lhe o favor de ir à sua casa, entrar no laboratório e pegar todo o conteúdo de uma determinada gaveta. Depois Lanyon deveria levar tudo para a casa dele e entregar a uma pessoa que iria buscar. Contrariado, Lanyon fez o favor a Jekyll. Um homem pequeno, deformado, usando roupas que ficavam muito grandes para ele foi à casa de Lanyon buscar o conteúdo da gaveta. Pegou o frasco e perguntou se Lanyon queria ver o que iria acontecer. Amedrontado, mas curioso aceitou ver. Ao beber a poção, a figura deformada deu um grito, contorceu-se e seu corpo como se derreteu, dando lugar a figura esguia e alta que Lanyon reconheceu ser Henry Jekyll. Presenciar a transformação e ouvir os relatos de Jekyll fizeram que Lanyon ficasse totalmente descrente da medicina, da humanidade e de seus conhecimentos científicos. A criatura que havia entrado em sua casa era Edward Hide, o assassino de Sir Carew, e se transformara em Jekyll. 

Capítulo 10: Em um relato em primeira pessoa, Jekyll fala de sua infância, de como se tornou um médico famoso, distinto e de suas primeiras experiências tentando estudar a natureza dual do ser humano. Jekyll afirma que estudou e refletiu muito antes de começar seus primeiros experimentos. Ele diz ter tomado a poção pela primeira vez e ter experimentado a sensação de ser uma pessoa totalmente má. Ele afirma que ao olhar-se no espelho, sua aparência física ficou mudada. Ao voltar a ser Jekyll, ele passa a sentir necessidade de tomar novamente a poção, para viver a liberdade de ser outra pessoa, de estar no corpo de Hyde, pois este era jovem e vigoroso. Jekyll sentia que mesmo que Hyde fizesse coisas erradas, ele estaria isento de culpa, já que eram pessoas diferentes. Aos poucos, a transformação em Hyde passou a fugir do controle do médico e Jekyll começou a temer o contato com as pessoas e a possibilidade de ferí-las sem querer, caso se transformasse em Hyde subitamente. Jekyll afirma que tentou abandonar Hyde após descobrir que havia assassinado uma pessoa, mas não conseguiu manter sua decisão. Hyde começou a lutar para assumir a vida de Jekyll. Certo dia, mesmo sem tomar a poção, transformou-se em Hyde e teve de pedir ao amigo Lanyon para ir ao laboratório pegar o antídoto. Naquela noite, Lanyon presenciou a transformação de Hyde em Jekyll, e isso foi demais para o amigo, que veio a falecer. Jekyll não era mais capaz de controlar Hyde, que assumia seu corpo quando bem quisesse. Assim, Jekyll planeja eliminar Hyde da maneira mais drástica possível: Suicídio!

As Brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley)


Brumas de Avalon (The Mists of Avalon) (1979) é uma obra escrita em quatro volumes. O ambiente da história reporta-nos á lendária vida do Rei Arthur e seus 12 cavaleiros da Távola Redonda, que no final do século V expulsaram os saxões da região. 

Avalon é uma ilha lendária situada, acreditam os arqueólogos, na cidade de Glastonbury, na planície de Somerset, sudoeste da Inglaterra e a 150 quilómetros da sua capital, Londres. A origem do seu nome é celta – abal – que significa maçã. Avalon foi palco do nascimento da religião da Deusa-Mãe, cuja continuidade foi posta em causa pelos Saxões. Estes varriam o país matando igualmente cristãos e seguidores da deusa de Avalon. Se um grande líder não unisse cristãos e pagãos, a Bretanha estaria condenada ao barbarismo e Avalon ao desaparecimento. Lá viviam os seres elementais, como fadas, ninfas e elfos, além das sacerdotisas da Lua e aprendizes dos mistérios e forças da natureza. Era magicamente iluminada pelo Sol e densas brumas obscureciam o caminho até ela, onde tudo florescia, e só quem bem conhecia os caminhos da magia era capaz de vencer as suas brumas.

Viviane era, por essa altura, a grã-sacerdotisa de Avalon e passou a visar apenas um objetivo: salvar Avalon dos saxões. Ela teve uma visão na qual o rei morreria em 6 meses sem deixar herdeiros. Viviane comunica então a Igraine sua irmã que ela irá gerar este líder, mas não com o Duque Gorlois seu marido, mas sim com um homem que usa o símbolo do dragão e que é um seguidor da deusa, o rei Uther Pedragon. Igraine que também era seguidora da antiga religião e praticante secreta da antiga magia não vê com bons olhos esta ideia. 

Viviane planeja salvar Avalon através da unção e treino da sua sobrinha, Morgana, filha de Igraine e Gorlois, como sua sucessora, manipulando a linhagem real para gerar Arthur, um rei que abraçará tanto as crenças pagãs quanto o cristianismo. Desta forma Avalon seria salva, pois, a ilha é o centro pagão do poder e um mundo místico invisível. Porém, conforme o cristianismo avança pela Inglaterra e mais pessoas se afastam da Deusa, esse reino misterioso torna-se difícil de alcançar até mesmo para os que têm fé. E a ambiciosa Morgause, que era irmã de Igraine, empenhava-se em frustrar os seus planos. Viviane tem um temperamento determinado e boas intenções, mas comete um erro que atingirá Morgana pessoalmente e afetará toda a Bretanha. 

O que Igraine desconhece é que o rei Uther Pedragon se apaixona por ela e pede secretamente ao mago Merlin, sábio personagem que teve origem na magia dos druidas, bruxos dos celtas, para ter uma noite com ela. Merlin o fez, por poucas horas, à imagem e semelhança de Gorlois. E então gerou Artur. 

Mais tarde os dois meio-irmãos inseparáveis foram separados: Morgana para ser educada como sacerdotisa foi entregue a Viviane e Artur partiu para junto de Merlin para ser educado por ele. Pedragon morreu uma década e meia depois, deixando o país sem rei. Nesta condição, Merlin propôs que quem conseguisse possuir Excalibur, uma espada com poderes mágicos cravada numa rocha, seria o novo rei. Arthur conseguiu possuí-la. 

Depois de revelada a sua filiação, mergulhou em batalhas pela unificação do país, com ajuda dos 12 cavaleiros da Távola Redonda, reinando com nobreza espiritual, amor cortês e justiça, cuja história está também ligada à busca do Santo Graal. Mais tarde casou com a princesa Guinevere, com a qual não teve filhos. Ela apaixonou-se por Lancelot, o melhor e mais fiel cavaleiro de Arthur, com quem foge quando o rei estava em Roma. Mordred, filho de Morgana, concebido num ritual de fecundidade que acontecia entre as sacerdotisas de Avalon, planeia por esta altura usurpar o trono do rei Artur. Neste ritual, homem e mulher desconheciam a identidade um do outro. Ela deitar-se-ia pela primeira vez com um homem escolhido, aquele que matasse o lobo numa importante caçada. Era conhecida como a cerimónia do Gamo Rei. Assim e entre irmãos, conceberam Mordred. 

Artur retorna de Roma e mata Mordred, mas é também mortalmente ferido. Arthur foi levado por sua irmã Morgana para o lago, onde através dos poderes que a deusa havia lhe dado poderia retornar a Avalon, já que ela desprezou a deusa. No caminho, ela foi recusada e a única forma de eles retornarem a Avalon era Arthur devolver a Excalibur ao lago onde quem habitava era a deusa. Arthur não resistiu á viagem e morreu, mas existem lendas que dizem que ele só está adormecido, esperando para voltar num futuro próximo. Segundo consta a lenda, Avalon é o lugar onde está enterrado o corpo do Rei Artur. Uma tradição milenar relata também que está em Glastonbury o Poço do Cálice Sagrado, onde José de Arimatéia, amigo e protetor de Cristo, no ano 37 d.C., teria escondido o Santo Graal, o cálice da Santa Ceia, contendo o sangue de Jesus Cristo.

O silêncio das águas (Brittainy C. Cherry)


Terceiro livro da série Elementos da autora Brittainy C. Cherry. 

Quando tinha seis anos, Maggie May viu seu pai casar-se outra vez, com a promessa de que agora seria para sempre. Ele e a pequena então mudaram-se para a casa da nova família e logo de cara um laço os uniu. Maggie ganhou dois irmãos, Cheryl e Calvin, e também ganhou Brooks, o melhor amigo do irmão e vizinho da família. 

Com o passar do tempo, Maggie desenvolveu uma paixonite por Brooks e atormentava o garoto com planos para o casamento deles que ela já havia idealizado. Brooks, contudo, não suportava o som da voz de Maggie May e fazia de tudo para fugir da presença da menina. Isso até um beijo colocar tudo à prova. 

No dia que seria o seu "ensaio de casamento", Maggie está esperando por Brooks na floresta quando presencia um ato terrível. Um homem tira a vida da esposa no lago e quando este percebe a presença da menina observando tudo tenta matá-la também. Porém, Maggie May consegue escapar, mas não sem um forte trauma que muda sua vida para sempre. 

Maggie não sai mais de casa, não diz uma única palavra. Tudo que consegue fazer é viver uma série de aventuras nas páginas dos livros que o pai lhe traz periodicamente. Tudo e todos passam a girar em torno do trauma dela e isso faz com que sua irmã caçula a deteste por isso. 

Os anos passam e, já adolescente, Maggie ainda segue atormentada pelos fantasmas de seu passado. Desde o fatídico dia, ela não disse mais nenhuma palavra ou colocou os pés para fora de casa. 

Um acidente com uma velha vizinha, fará com que Brooks volte para casa junto com os rapazes e todo o sentimento que havia entre eles estará ali de volta e negar esse amor novamente não está nos planos de Brooks. Ele prometeu proteger Maggie de tudo e tornou-se o melhor amigo dela, ajudando-a todos os dias a enfrentar seus medos.

Logo, Brooks e Maggie se rendem mais uma vez aos seus sentimentos. Mas como manter esse relacionamento sabendo que Maggie poderá nunca mais sair de casa e Brooks tem toda uma vida com a banda pela frente? A forma que cada um lida com seus traumas é única e particular. 

No entanto, para que o amor de Brooks e Maggie fosse vivido intensamente, um acidente aconteceu para destruir a carreira de Brooks e Maggie teve que lutar bravamente pela vida do amado. Nisso ela teve que ir contra os seus fantasmas e trazer Brooks novamente de volta a vida da mesma forma que ele havia ajudado ela. 

Mas, enfim, os protagonistas finalmente ficaram juntos depois de terem passado por muita coisa!

A maldição de Titã (Rick Riordan)


Quando Percy Jackson recebe uma ligação urgente e aflita de seu amigo Grover Underwood, ele imediatamente se prepara para a batalha. O que acontece é que Grover encontrou dois novos meio-sangues poderosos, Bianca di Angelo e Nico di Angelo irmãos que não sabem de quem são filhos.

Porém, sempre que Grover se aproxima deles uma manticora disfarçada de um professor, Dr. Streppe, o atrapalha. Percy, Thalia e Annabeth chegam a Westover Hall com a mãe de Percy e uma batalha contra Dr. Streppe se inicia. A manticora pretende levar os irmãos di Angelo, só que a batalha se estende até um penhasco onde o Dr. Streppe é derrotado pelas flechas das Caçadoras de Artémis. Quando ele vai fugir Annabeth o tenta impedir se jogando do penhasco com ele. 

Percy e seus amigos voltam para o Acampamento Meio-Sangue com as Caçadoras e com os irmãos diAngelo, sendo Bianca agora uma Caçadora. Artémis vai atrás de um monstro e de Annabeth. Após uns dias sem notícias das duas, após o final da prova Capture a Bandeira o Oráculo surge e disfere uma profecia onde Campistas e Caçadoras devem salvar Artémis porém destes poderão ir ao total 5, dos 5 um se perderá numa terra sem chuva, outro sofrerá por um parente e a maldição do Titã será suportada por um apenas. 

Viajando pelo país inteiro, Percy (que inicialmente não foi convocado para missão se une a Thalia, Grover, Zoe - líder das Caçadoras e Bianca, já que os irmãos Stoll o ajudou) conhece um Ofiotauro. A profecia feita para a vaca-serpente diz que quem o matar terá poder suficiente para destruir o Olimpo. Bianca morre explodindo um robô de Hefesto. Annabeth estava segurando o céu, mas foi ajudada por Artémis que ficou segurando o céu no lugar de Atlas, dono da maldição do Titã. 

Percy segura por uns momentos o céu enquanto Artémis luta com Atlas onde ele fere sua filha Zoe. Em um momento de distração do titã, Percy coloca o céu nas costas de Atlas e o pai de Annabeth chega com balas de bronze celestial e vence o exército de Luke, mas o Monte Ótris está sendo restaurado. Thalia joga Luke do penhasco, mas ele sobrevive a queda e leva o sarcófago onde está Cronos com ele. Artémis transforma Zoe em uma estrela e no Concílio dos Deuses coloca Thalia no lugar de Zoe no exército de Caçadoras. Thalia aceita pois como imortal ela não faria 16 anos e não destruiria o Olimpo. 

No final Percy descobre que Nico di Angelo é filho de Hades e que nunca foi descoberto pois antes de o pacto ser feito entre os Três Grandes ele tinha entrando no Lótus Cassino onde o tempo passa mais rápido. Nico fica com ódio de Percy já que o filho de Poseidon prometeu salvar a irmã dele. 

O livro termina com Quíron e Percy conversando sobre o Acampamento ser o primeiro alvo do Exército de Cronos. Percy volta para casa e quando voltar ao Acampamento terá 15 anos. Annabeth vai até São Francisco e Grover recebe uma mensagem mental de Pã "Eu o espero"! 

Essa é a Profecia: 

"A oeste, cinco buscarão a deusa acorrentada, (Zoe, Thalia, Grover, Percy e Bianca) Um se perderá na terra ressecada, (Bianca morreu) A desgraça do Olimpo aponta a trilha Campistas e Caçadoras, juntos, cada um brilha A maldição do titã um deve sustentar, (Maldição do Titã Atlas que carrega o Céu, e Annabeth que sustenta a maldição) E pela mão do pai um irá expirar." (Zoe morre pela mão do Pai dela, que é o Titã Atlas)

Missoula (Jon Krakauer)


A pequena cidade de Missoula fica no estado americano de Montana, com pouco mais de setenta mil habitantes é lar da Universidade de Montana e do famoso time de futebol americano da universidade, o Grizzly, que já conquistou diversos campeonatos nacionais. Para nós brasileiros é difícil entender a paixão pelo futebol americano universitário, mas os jogadores são tratados como astros, ganham bolsas de estudos, patrocínios, muitos se tornam profissionais de elite e estão acostumados a receber tratamento diferenciado. 

Entre 2010 e 2012 a cidade foi abalada por diversos escândalos de estupro no que ficou conhecida como uma “epidemia de estupros”, com diversos casos envolvendo jogadores do Grizzly, o que enfureceu muitos dos moradores e fãs do time. Nessa época estatisticamente não ocorreram mais estupros em Missoula do que o esperado para uma cidade universitária, sequer mais do que a média nacional, mas quando o jornal local, o Missoulian, fez diversos artigos denunciando os casos de estupro, a imprensa nacional se envolveu no caso trazendo junto o Ministério da Justiça. Nesse período muitas das vítimas resolveram se manifestar e superaram o próprio medo na esperança de que, indo até a polícia, os acusados fossem presos e assim evitassem que outras mulheres fossem agredidas. 

O livro quebra três mitos fundamentais sobre o estupro: que o criminoso é o homem que sai de uma moita mascarado para agredir uma vítima aleatoriamente, a grande maioria dos casos de estupro ocorre com pessoas que a vítima conhece; que as vítimas de estupro raramente agem da maneira que um leigo esperaria antes, durante e depois da agressão, comportamentos bizarros são a norma, há diversos casos em que a vítima poderia simplesmente gritar para que alguém próximo a ajudasse mas ficaram paralisadas de medo, e depois do ato podem agir normalmente por algumas horas e só perceber o que ocorreu mais tarde; e que há muitas denúncias falsas de estupro, apenas uma pequena fração das pessoas que vão à polícia denunciar um estupro estão mentindo, até pouco tempo policiais usavam como base um estudo incorreto que dizia que até 50% das denúncias de estupro eram falsas.

Krakauer não escreveu o livro como a história da cidade, nem como uma chata exposição de dados. Krakauer entrevistou as vítimas, os acusados, policiais, promotores, júris, leu milhares de páginas de documentos oficiais e ampla bibliografia para condensar em uma obra na melhor tradição de “A sangue frio”. Krakauer deu ênfase em quatro casos principais que ilustram as principais possibilidades do que pode ocorrer com uma vítima de estupro depois da agressão. Infelizmente para ser exato ao expor cada caso o autor tem que ser explícito nas descrições, então a leitura pode ser realmente pesada, mas mesmo assim o livro em momento algum é arrastado ou perde o foco. 

O mais chocante em todo o livro é descobrir de novo algo que já sabíamos: que vítimas de estupro são vistas com ceticismo, julgadas e consideradas imediatamente culpadas pelo crime que sofreram. A maioria fica envergonhada com o que sofreu e prefere que ninguém fique sabendo do fato para evitar humilhação ainda maior. Das poucas vítimas que procuram a polícia e são encaminhadas para a procuradoria só uma fração vai a julgamento e depois disso só alguns dos acusados são condenados (a maioria nos casos em que há confissão). Ou seja, mesmo para as vítimas que procuram justiça só uma fração tem desfecho satisfatório, e só após um longo e doloroso processo judicial que intensifica ainda mais o trauma. 

Em resumo, o sistema judiciário é o pior lugar possível para uma vítima de estupro. 

Apesar de todos os problemas, que não são poucos, o Brasil tem avançado em políticas para as mulheres com a Delegacia da Mulher, a Lei Maria da Penha e a caracterização do feminicídio como crime hediondo. Em comum com os Estados Unidos ainda falta mudar a mentalidade da população para deslocar a culpa da vítima para o agressor.

Lion, uma jornada para casa (Saroo Brierley)


História Real 

Um menino indiano vivia em um bairro muito pobre em Ginestlay, um vilarejo na Índia junto com sua mãe Kamla e seus irmãos Guddu, Kallu e a irmãzinha Shekila. 

Seus irmãos tinham que sair todos os dias para conseguirem alimentos para sobreviverem, enquanto a mãe tinha que trabalhar duro em uma obra para conseguir manter a casa sozinha já que seu marido a tinha abandonado juntamente com as crianças. 

Um dia, aos 5 anos, o menino indiano saiu com seu irmão mais velho Guddu para “Berampur” para procurarem comida, mas ao descerem do trem que haviam pegado, Guddu pediu que o irmão o esperasse quietinho na plataforma enquanto ele fosse buscar algum alimento. 

Porém o cansaço fizera com que o menino indiano pegasse no sono. Ao acordar o garotinho não via Guddu e a estação estava deserta. Então ele viu um trem parado e resolveu esperar o irmão ali dentro de um vagão isolado de pessoas onde lhe parecia mais seguro. 

Dentro do trem o menino pegara no sono novamente e dormiu um tempo. Só depois quando acordou percebeu que o trem estava em movimento pelos trilhos. O garoto fez uma viagem muito longa pelo trem e só quando finalmente depois de chegar ao seu destino final em Calcutá (Posteriormente Kolkata) uma das cidades mais perigosas do mundo, o garoto conseguiu pular para a plataforma de embarque. Enfim ele estava livre depois de ter passado por momentos de terror e gritos sem que ninguém o escutasse dentro do trem. 

Do lado de fora a multidão que passava não lhe dava a mínima atenção, até que o garoto resolveu pegar outro trem com a intenção de tentar encontrar o caminho de volta. 

Mas como não encontrava ele continuou a entrar em outro e em outro trem na esperança de voltar para “Berampur” como ele pronunciava. Nisso fazia várias viagens de ida e volta. Nas ruas de Calcutá o garoto passava fome em lugares nojentos e malcheirosos onde tinha visto até corpos mortos assassinados a luz do dia no meio dos entulhos. Nas ruas sofria perseguições e ainda assim conseguia fugir dos perigos passando por labirintos, vielas, ruas repletas de veículos, carroças puxadas por bois, vacas, etc... Nisso ficou sobrevivendo por algumas semanas. 

Um dia diante de uma loja a espera de restos de comida apareceu um rapaz adolescente que começou a conversar com o garoto e ao saber da sua história o levou para sua casa por alguns dias e depois o levou para uma delegacia onde o garoto poderia ser ajudado. De lá o menino foi mandado para a Casa Liluah, uma casa para menores e posteriormente para um orfanato. 

Aconteceu um dia que um casal australiano de sobrenome Brierley quis adotar o garoto indiano e então ele foi levado pela família dos Brierleys para Hobart que é a capital e maior cidade do estado australiano da Tasmânia. Assim o menino que dizia se chamar Saroo se tornou “Saroo Brierley”. Quando Saroo tinha 10 anos, os Brierleys adotaram mais uma criança da Índia, o garotinho de 9 anos, Mantosh. 

Os anos se passaram, mas Saroo nunca havia esquecido suas origens. Sempre que podia ele ficava nos mapas procurando alguma pista, até que resolveu usar a ferramenta da internet Google Earth. Mas ainda assim não conseguia encontrar nada. 

Com o passar de mais um tempo, Saroo sempre insistindo nisso, até obcecado com essa ideia de encontrar a sua família, passava horas na internet para ver se encontrava a sua cidade natal, até que depois de bastante tempo ele mesmo conseguiu visualizar através do Google Earth uma região que lhe veio à lembrança. E enfim, Saroo conseguiu encontrar a sua cidade na Índia. Descobriu que “Berampur” era na verdade “Burhanpur” e “Genestlay” era “Ganesh Talai”. 

E assim, depois de meses a jornada para casa acontecia. Saroo muito apreensivo voltou à India e reencontrou a sua família. Sua mãe ainda morava no vilarejo. Foi uma aglomeração de gente que deu até mídia na televisão pelo caso do menino perdido. 

Sua mãe ficara muito feliz ao reencontrá-lo e lhe contou que achava que ele tinha morrido naquele dia em que sumiu já que seu irmão Guddu que o tinha levado para a estação naquele dia sofrera um acidente de trem e tinha morrido de forma horrível aos 14 anos de idade. Saroo ficou bem triste com isso pois esperava encontrar o irmão em vida. Saroo agora tinha 30 anos, Kallu, seu irmão 33 e Shekila, a irmã, 27. Seus irmãos Kallu já estava casado e com filhos e sua irmã Shekila também casada e com filhos. Saroo ficou muito feliz por saber que já tinha até sobrinhos. 

Saroo também descobriu com sua mãe que seu nome de batismo na verdade era “Sheru” e não Saroo como mencionava erradamente quando criança. Mas agora já era Saroo: Saroo Brierley! 

E Saroo, enfim, teve uma maravilhosa experiência pessoal com o seu passado agora presente. A jornada para casa foi tão satisfeita por ele a ponto de que ao voltar para a Austrália, depois de um certo tempo ele retornou novamente à passeio para a Índia ao encontro de sua família. 

Saroo também quis entender como foi sua viagem de trem aos 5 anos, com isso retornou ao trem fazendo a viagem para tentar rever as suas recordações. Também foi até Kolkata (Antiga Calcutá) visitar a Senhora Saroj Sood que nesse ano atual já estava com 80 anos. Ela trabalhava ainda na ISSA, a entidade que ajudava a fazer as adoções e foi responsável por ajudar Saroo a encontrar a família adotiva na Austrália. Depois visitara alguns locais e se lembrara de um mendigo que o salvou aos 5 anos por duas vezes quando ele tentou nadar no rio que quase o afogou. Lembrou também do adolescente que foi o primeiro a dar início ao processo de ajudar o menino a sair das ruas. Em silencio Saroo os agradeceu! 

Finalmente, depois que Saroo reviu seu passado era hora de voltar para casa. E Saroo termina o livro com agradecimentos às suas duas famílias que ele teve a sorte de ter tido, mas como cidadão disse que tinha vivido quase toda a sua vida na Austrália e que não era mais indiano. Mas que de qualquer forma jamais iria romper a ligação com a sua família indiana. 

Fim 


Minhas emoções de leitora: 


Em relação aos seus pais Brierleys: “Na primeira vez em que Saroo Brierley voltou à India, logo depois que estivera junto com a sua família de sangue ao retornar para o hotel, a primeira coisa que fez foi enviar essa mensagem abaixo aos seus pais da Austrália: “Minha mãe agradeceu a vocês, mamãe e papai, por terem me criado. Meu irmão, minha irmã e minha mãe compreendem que você e o papai são minha família, e não querem se intrometer de maneira nenhuma. Estão felizes simplesmente por saberem que estou vivo, e isso é tudo o que querem. Espero que vocês saibam que estão em primeiro lugar no meu coração e que isso nunca vai mudar. Amo vocês”! 


Em relação à sua mãe de sangue: “Uma das coisas mais tocantes que minha mãe me disse foi que, se eu algum dia quisesse voltar e viver na Índia, ela construiria uma casa para mim, depois trabalharia duro para que eu fosse feliz. Claro, minha intenção era o oposto disso: eu queria dar uma casa a ela e dar tudo de mim para fazê-la feliz”.

Guerra e Paz (Liev Tolstói)


“Apenas um passo além desta linha separa os vivos dos mortos. É o desconhecido, o sofrimento, a morte. O que há depois? Ninguém sabe. E todos gostariam de saber. Temos medo de atravessar, e sabemos que cedo ou tarde vamos atravessá-la”. 

Duas situações tão oposta e mesmo assim tão desejadas. Guerra e Paz mostra como a invasão de Napoleão Bonaparte à Rússia em 1812 foi vista pela corte russa. O livro é bem interessante ao retratar a sociedade russa, com suas festas pomposas contrastando com a miséria do povo, com a aristocracia dividida entre o horror e a idolatria à Napoleão, tudo permeado pela religiosidade. O jogo da política, as intrigas da corte e as tramas da sociedade com seus casamentos arranjados e suas paixões proibidas são descritas de forma instigante. Os horrores da guerra vividos pelos mais altos dignitários russos, que mantinham sua fé em Deus e no Czar com a mesma intensidade. Tudo muito bem descrito por Tolstói. 

Guerra e Paz é um romance que coloca as pessoas em primeiro lugar, descreve com detalhes a guerra para nos mostrar o quão importante e significante é a paz. Esta versão faz uma compilação do original que possui mais de mil páginas e uma centena de personagens. Mas continua sendo um clássico da literatura. 

O objetivo final deste livro é fazer um relato histórico e social, mas profundamente humano, além de tratar assuntos como a classe dominante com certa ironia. 

A história é de cinco famílias aristocráticas: Os Bézoukhovs, os Bolkonkys e os Rostovs e o vínculo de suas vidas pessoais com a história de 1805 a 1813, principalmente com a invasão da Rússia por Napoleão. O primeiro capítulo representa um resumo no qual começa em uma festa no salão de Ana Pávlovna, uma dama que recebe a nobreza em sua casa. E o clima fica tenso logo após o jovem Piotr tocar no assunto “Napoleão”. 

Também estavam presentes: Pierre Bezukhov, um conde rico que acabava de pesquisar o significado da vida; o príncipe Andrei, que se encontra envolvido nas guerras; Nikolai Rostv, um conde jovem e assaz impulsivo que se submete a seu batismo de fogo militar e a vivaz Natasha Rostova, sua irmã cadete. 

Os cenários são em São Petersburgo, Moscou, Montes Calvos (onde se passa as reuniões e discussões) e os campos de guerra. Já no contexto histórico, na campanha de Napoleão na Áustria, planeja-se a ampliação de seus domínios e com um exército composto de 675 mil homens de quase vinte nacionalidades diferentes, dá início a sua marcha em direção à Rússia, compreendendo o período de 1805 a 1820. Em certos trechos se expõe os governantes que dependem das ações de inúmeras pessoas, demonstrando que tem livre escolha. 

Mas a história centra-se na vida de Piotr Bezukhov que recebe uma grande herança e passa a viver nas grandes festas da corte entre Moscou e São Petersburgo ao lado de suas inúmeras esposas interesseiras. Quando Napoleão invade Moscou Piotr é feito prisioneiro, e por mais paradoxal que possa parecer, quando é liberto descobre que a sua vida de festas na corte era vazia e encontra o real sentido de sua vida quando retorna à sua vida simples ao lado de Natasha Rostov, mulher que sempre amou de verdade. 

A obra também retrata a vida de Andrei Bolkonski, filho de um príncipe com passado glorioso na área militar. Quando a Rússia é invadida Andrei se sente compelido a lutar pelo seu país e pelo seu Czar, sofre uma série de ferimentos e acaba por falecer nos braços de sua irmã Maria e de sua ex-mulher Natasha Rostov.

Além desses dois personagens, as batalhas travadas são levemente detalhadas. O autor ressalta as batalhas e suas consequências, principalmente como elas foram relatadas pelos autores posteriores que tendem a enaltecer o gênio de Napoleão e de seus marechais, mas que se esquecem que a Rússia só não caiu de joelhos perante Bonaparte porque este deixou sua genialidade militar e diplomática de fora de suas decisões. 

Ao fim o livro mostra como a guerra e a paz são desejadas com a mesma intensidade por uma sociedade. E do como as pessoas envolvidas, tanto na guerra como na paz, são movidas por interesses pessoais e financeiros, não dando importância para sentimentos como o amor e a felicidade.

Caleidoscópio (Danielle Stell)


Uma terrível tragédia familiar levou à separação de três irmãs, Hillary, Alexandra, Megan, ainda durante a sua infância. Enlouquecido, o pai um ator americano, mata a mãe, uma francesa, no meio de uma violenta discussão e, mais tarde, suicida-se na prisão. Órfãs e sem dinheiro as irmãs são criadas separadamente e só se reencontram passados trinta anos, graças à interferência de John Chapman, um detetive que se apaixonou por uma delas. A mais velha, Hillary, foi educada por uma tia e tem uma vida cheia de dificuldades, marcada pelo sofrimento e pela desilusão. E, aos dezoito anos começa a tentar desesperadamente a localizar as suas irmãs. 


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Com essa terrível tragédia e sem nenhum outro parente próximo que possa cuidar das meninas, elas ficam aos cuidados de Arthur, um velho amigo de seus pais que sem saber o que fazer as manda para passar alguns meses com uma tia distante, cruel, bêbada e que só se importa com o dinheiro que ganhará pelas meninas. Mais tarde Arthur acaba entregando as duas meninas mais novas para dois casais distintos, onde elas foram adotadas. Anos se passam e as três são criadas de modos totalmente diferentes umas das outras... As duas mais novas crescem rodeadas pelo amor e carinho de seus pais adotivos, mas a pobre Hilary que continuou morando com a tia de Arthur enfrenta todos os piores pesadelos e torturas de uma vida sofrida, injusta, cruel e miserável, sem falar também na dor que carrega em seu coração por ter suas duas amadas irmãs tiradas à força de seus braços já que as mesmas a consideravam como uma mãe.

[...] - Amo você, Axie... Amo você, Megan... Amo vocês... - Sua voz se transformou num soluço enquanto ficava ali parada no meio da rua, acenando para o carro, até que ele dobrou uma esquina e desapareceu, levando consigo toda sua vida. [...] 

Os anos continuam se passando e elas só vão se reencontrar novamente 30 anos mais tarde com a ajuda de John Chapman, um atraente investigador que se apaixona por uma delas e é nesse momento que segredos do passado profundamente guardados são revelados causando grande surpresa à todos.

O encontro das irmãs é bem emocionante! 

Comentário: Todos os acontecimentos são mesmos reais e nos faz pensar que isso poderia também acontecer com qualquer um de nós... Acompanhar todo o sofrimento dessas irmãs e principalmente de Hilary, me comoveu de uma certa forma que me peguei pensando o que seria de mim se estivesse no lugar dela... Sem dúvidas, quem ainda não leu, vale a pena conferir, pois apesar de toda a história ser previsível, ela é narrada de forma tão intensa que é como se estivéssemos na pele dos personagens.

Pássaros Feridos (Colleen McCullough)


Pássaros Feridos é um romance que conta a história da orgulhosa e singular família Cleary que vive modestamente em um sítio na Nova Zelândia. Depois de anos sobrevivendo a muito custo de trabalhos temporários em fazendas vizinhas Paddy recebe uma carta de sua meia irmã convidando-o, juntamente com a esposa Fiona e os filhos para morar em sua fazenda na Austrália. 

Mary Carson, uma velha viúva autoritária é dona de uma vasta propriedade de criação de carneiros e não tendo filhos, sendo assim deixaria tudo aos sobrinhos. 

A narrativa passa por três gerações e os personagens principais são Meggie, a única filha entre vários homens, e Ralph de Bricassart, um padre ambicioso que passa a vida em dilema entre seguir na vida religiosa ou abandoná-la e viver plenamente seu amor. Ele não se deu conta, mas se apaixonou por ela assim que a conhece, ainda criança, quando ela chegou para morar na fazenda. 

Mary Carson, apaixonada pelo padre Ralph passa a vida tentando tê-lo a qualquer custo. Assim, não aceita muito bem quando percebe o envolvimento dele pela sobrinha Maggie. Como Ralph não responde aos seus avanços, Mary prepara-se para influenciar o seu destino, mesmo depois de sua morte. Conhecendo o desejo do padre de ocupar um alto cargo no clero, maldosamente arma uma trama para forçá-lo a escolher a Igreja, servindo-se da sua fortuna para separá-lo de Meggie. 

Aí o destino se encarrega de os colocar em caminhos diferentes. Ralph segue para Roma, é ordenado arcebispo, mas continua atormentado pelo seu amor impossível. Meggie, numa tentativa desesperada de o esquecer, casa-se com um caçador de dotes, com quem tem uma filha. 

Os homens da família Clearys aceitam assumir as rédeas de Drogheda, uma decisão que os leva à tragédia e à morte. 

Fiona, a mãe, passa a vida confinada ao silêncio e acaba por descobrir tardiamente que amou o marido. Os filhos homens ela amou desde sempre. O primogênito mais que todos... Já a filha, por ver se repetir sua amarga história ela a rejeita a vida inteira. Tanto no caso da mãe como no da filha o amor mostra a sua faceta mais dolorosa, o pássaro ferido que canta até morrer... 

Mesmo durante os anos de separação entre Ralph e Maggie persiste o clima amoroso como se a força do amor de ambos fosse tão grande a ponto de os manter unidos na distância. 

Anos depois Ralph acaba por regressar à Austrália para partilhar um breve idílio íntimo com Meggie apesar de ambos saberem que a sua felicidade é passageira. Desse encontro nasce Dane, o filho daquela união condenada. Meggie nunca contou a Ralph sobre o filho que anos depois decide entrar para o clero. 

Meggie torna-se uma mulher amargurada pelo fato de que ambos os homens a quem amou terem preferido a Igreja do que a ela mesma. Mas uma tragédia inesperada força Meggie a fazer as pazes com Ralph, a sua família e ela própria.

Hilário Tácito (Madame Pommery)


Crônica de mudanças urbanas e sociais. Foi com o pseudônimo de Hilário Tácito que o engenheiro civil José Maria de Toledo Malta publicou, pela editora de Monteiro Lobato, em 1919, seu único romance, Madame Pommery. Ao longo do tempo, o volume foi sendo esquecido, ressurgindo através de um trabalho de preservação da memória pré-modernista, desenvolvido pelo setor de filologia da Fundação Casa de Rui Barbosa. 

Madame Pommery é uma espécie de crônica de costumes, que tem como cenário a cidade de São Paulo do começo do século. Hilário preocupou-se em focalizar as rápidas transformações ocorridas no meio urbano, contemplando-as paralelamente à vida que se escoava divertida em um bordel, o Paradis Retrouvé em que os consumidores passam da "cervejada à champanha francês", em alusão às transformações ocorridas. 

O fio da meada é a história da prostituta polaca Madame Pommery, esperta, matreira, dotada de especial tino para "negócios" e as relações da cafetina com os círculos mais abastados da sociedade paulistana, que culminam com o enriquecimento e com o casamento de Madame Pommery e a consequente entrada para uma vida mais sóbria na sociedade. 

Em comentários paralelos, o narrador, em terceira pessoa, não omite o que lhe vai à cabeça, bem como tem por hábito explicar os processos que fazem parte da composição da obra, além de tecer considerações a respeito de suas observações.

Aspectos Relevantes como toda obra pré-modernista que se preze, a análise dos tipos sociais urbanos, a crítica ágil da hipócrita sociedade burguesa, numa denúncia da existência de dois Brasis, múltiplos em suas riquezas e composições é sempre o cerne de toda a narrativa. O discurso ágil e os galicismos são típicos ao traçar a coloquialidade da fala na escrita.

Sonhos D’ouro (José de Alencar)


Ricardo era um rapaz pobre e que saíra de São Paulo onde morava sua mãe, irmã e sua noiva Bela para ir à Corte tentar conquistar o suficiente para dar uma vida digna a elas. E foi no Rio de Janeiro, mais precisamente, na Tijuca, que teve seu primeiro encontro com Guida. Ele estava deitado na relva sonhando com as facilidades que a riqueza traria e beijava uma pequena flor que colhera e apelidara de sonhos d’ouro. Nessas circunstâncias foi que Guida o encontrou, enquanto fazia um passeio com sua dama de companhia e o Sr. Benicio, que tinha uma alma servil e trabalhava para ela. 

Depois deste primeiro encontro, Ricardo veio saber a partir de seu amigo Fábio, e noivo de sua irmã Luísa, que a moça era filha do “comendador” Soares e era uma das mais ricas e belas moças da corte. Ricardo inicialmente sabendo das travessuras da menina a julgou caprichosa. No decorrer dos dias sempre em passeios no Galgo, o cavalo que dividia em um revezamento com Fábio, encontrava-se casualmente com Guida. 

Ricardo morava com Fábio e D. Joaquina, mãe de seu amigo. Era costume dela, mesmo pobre, ajudar uma família que de vez em vez precisava de socorro. Foi graças a essas boas ações que um dia Ricardo, ganhando um dinheiro extra, resolveu ajudar a família, desencarregando D. Joaquina. Lá ele estava com seu caderno onde pintava e na página aberta estava uma aquarela em referência ao seu primeiro encontro com Guida. Nesse dia Guida também veio visitar essa família e inocentemente viu de relance o desenho de Ricardo. 

Guida era de fato linda e rica, era também caprichosa, mas era uma alma muito boa, gentil e brincalhona. Prova de sua natureza caprichosa foi o desejo insistente que lhe nasceu de descobrir porque Ricardo beijava tão ardentemente aquela flor do seu primeiro encontro, queria ver o desenho que ele fizera e queria possuir o cavalo do rapaz, o Galgo. 

Estando em um grupo em um passeio na Tijuca, Guida viu a pequena flor e se precipitou para colhê-la, porém era uma ação perigosa, e Ricardo que observava toda a cena, acabando de chegar àquele ponto, se adiantou e colheu as flores. Nogueira, um dos rapazes do grupo, cumprimentou a ele, pois tinham se formado juntos. 

Mais tarde, durante o almoço na casa de Soares, Guida convenceu Nogueira de convidar Ricardo e também o amigo do rapaz para irem jantar ali naquele dia. Ricardo já tinha negado o convite feito através de um dos trabalhadores da casa, não querendo se envolver com uma sociedade a qual não pertencia. Nogueira foi então atrás do colega, porém encontrou apenas Fábio e esse garantiu que ele e o amigo estariam lá. 

Ricardo só foi porque Fábio disse que havia dado sua palavra de honra. Assim passaram a noite muito bem, melhor Fábio que não tinha acanhamento em se “infiltrar” em meio as pessoas. No dia seguinte, lá estavam reunidos novamente para um passeio, Ricardo dessa vez foi temendo que negando o convite Fábio aceitasse e agisse de forma pior como vinha agindo, sem pudor algum. 

No passeio Ricardo concedeu que Guida fosse no Galgo. Durante todo o dia Ricardo a esteve observando, pois, o cavalo era muito afoito e um acidente era fácil. Observava também a Flávio que não parava de flertar com D. Guilhermina. Foi em um momento desses que Guida partiu em uma corrida no Galgo; Ricardo instantaneamente tentou alcançá-la, acabando com ela voltando em seu cavalo e ele no dele, e ela falando em como ele suporá mal se tivesse acreditado que ela esperava que ele a socorresse como heróis em romances. 

Ricardo já fadigado articulou um modo de escapar do resto do passeio. Porém, na sua tentativa de fuga, acabou seguindo apenas ele, Guida e o S. Benicio que insistia em cobrir-lhes com o guarda-sol. Enfim todos chegaram à casa de Soares e todos notaram como Ricardo e Guida chegaram conversando e rindo. Durante a noite todos já supunham que ele se juntava aos outros três concorrentes a marido e que ele era o escolhido. 

Assim, o visconde que participa da intimidade da casa, já se precipitou ao escritório de Ricardo para lhe propor uma negociação no casamento. Ele lhe ajudaria financiando o namoro e depois já casado Ricardo lhe prestaria favores. Mas a reação dele foi pôr o visconde pelas golas fora do seu escritório. Mais tarde Fábio contou tal fato a Guida e esta pediu ao pai que retirasse o visconde de seu círculo de amizade. 

Passou-se um bom tempo, e Guida completou seus dezenove anos, também nesse tempo Ricardo tinha avançado em seu escritório e já trabalhava com casos que lhe rendiam mais e tinha alugado um quarto. Guida, assim como combinara com o pai, deveria escolher um noivo e apresentá-lo ao pai e este, por sua vez, iria ver se concedia ou não o casamento pois não teriam um ano para ver qual dos dois se enganava sobre o candidato, Guida ou ele. 

Foi assim que em uma manhã, Soares conversou com sua filha, falou-lhe que era preciso que escolhesse um noivo, pois ele estava envelhecendo e não podia deixá-la solteira, uma vez que agora já muitos se aproximavam pelo dinheiro que eles possuíam e quando ela estivesse sozinha maior seria o número de especuladores. Assim Guida prometeu em um mês achar o rapaz. 

Sendo assim ela foi ter com sua avó e pediu que ela a ajudasse no encontro com o rapaz correto para ser seu noivo. Foi desse modo que Sr. Benecio chegou com um bilhete para Ricardo em que ele era chamado a casa da vó de Guida para resolver uma questão de advocacia. Chegando lá, Guida o recebeu afirmando que a vó estava a procura dos papéis. Assim, em conversa na sala enquanto a dama de companhia de Guida lia, a menina falou a Ricardo sobre um romance que lia, mas na verdade contava sua própria história. Afirmava que a heroína devia se casar agora que já tinha chegado na idade combinada com o pai, mas nunca homem algum tinha despertado seu coração, por isso seu pai escolhera um que julgava reto e gentil e pediu que ele se cassasse com ela e que assim vivessem em conveniência e quem sabe o amor surgiria.

Em seguida perguntou o que faria Ricardo se fosse tal homem, ao que ele respondeu que não poderia ser tal, pois ele já era comprometido e assim contou sua história de vida e de como estava na corte a fim de juntar vinte contos para quitar as dívidas da hipoteca e poder casar-se e dar uma vida ao menos digna para a esposa, para a mãe, e para poder pagar o dote da irmã. Depois disto Guida chamou a vó e elas encenaram o motivo de limites de terra pelo qual chamaram Ricardo ali. 

Foi em casa e no seu quarto que Guida viu surgir-lhe de repente o amor, amava Ricardo, mas não podia tê-lo, pois tal era desde a infância comprometido com a prima. Assim, a menina passou a viver como aqueles que sofrem do amor. 

Dias depois o pai, notando a diferença na filha, veio falar-lhe. A menina revelou tudo e também a vontade de conceder os vinte contos para fazer a felicidade dele. O pai cedeu à vontade da filha e também esqueceu a necessidade de casá-la. Assim Guida pediu a D. Guilhermina que se aproveitando do flerte que mantinha com Fábio descobrisse um modo de quitar as dívidas de Ricardo sem que esse recusasse tal ato. 

Foi deste modo que Guida, ouvindo a conversa de Fábio e D. Guilhermina, descobriu que a Bela havia rompido com Ricardo, que estava desolado. O fato era que em São Paulo, Luísa recebeu uma carta em que Fábio lhe contava como Ricardo não via o amor da mais rica e bela moça da corte por ser voltado ao amor por Bela, esta que lera a carta também. Porém na casa de Bela um amigo contava em uma carta que recebera que na corte Ricardo era um dos candidatos mais promissores a um rico casamento. Assim Bela, vendo que tal casamento era melhor para Ricardo, rompeu tudo com ele e aceitou se casar com um primo de escolha do pai. 

Ricardo tendo recebido a carta de Bela procurou Guida, os dois conversaram e quando ela leu a carta viu o que realmente se passava com a rival, que abandonava seu amor pela sorte dele. Aconselhou que Ricardo fosse a São Paulo e lhe explicasse todos os fatos, porém ele só escrevera uma carta bem fria e assim se confirmou as suspeitas de Bela, que se casou com outro. 

Saído a notícia do casamento de Bela, Ricardo ficou desolado e por muito tempo ele e Guida não se viram. Um dia enfim se encontraram no local de seu primeiro encontro. Guida, porém, estava com a saúde arrasada e perdera toda a vida de pouco tempo atrás. Ali os dois conversando relembraram o primeiro encontro foram colher a florzinha que ilustrara a cena. Guida desfaleceu nos braços de Ricardo e se pôs a chorar. Ele temia a morte da menina e a pediu que vivesse. Quando Guida questionou porque razão deveria viver, Ricardo afirmou que vivesse por ele. 

Foi assim que o casamento dos dois se arranjava em alguns dias. Mrs. Trowshy, a dama de companhia de Guida, se animava com a ida para Europa junto com a sua senhora. 

Sr. Benicio trabalhava no casamento. Fábio casara-se. Nogueira conformara-se com a advocacia administrativa. Guimarães foi para a Europa gastar a herança. Bastos continuava um bom encomendador.