Capitães de Areia (Jorge Amado)


Os Capitães da Areia são um grupo de meninos de rua. O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, há uma sequencia de pseudo-reportagens, explica-se que os Capitães da Areia são um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma mãe-de-santo. O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia os caçam como os adultos antes do tempo que são. 

1ª Parte 

A primeira parte em si, "Sob a lua, num velho trapiche abandonado" conta algumas histórias quase independentes sobre alguns dos principais Capitães da Areia (o grupo chegava a quase cem, morando num trapiche abandonado, mas tinha líderes). 

Pedro Bala, o líder, de longos cabelos loiros e uma cicatriz no rosto, uma espécie de pai para os garotos, mesmo sendo tão jovem quanto os outros, e depois descobre ser filho de um líder sindical morto durante uma greve; Volta Seca, afilhado de Lampião, que tem ódio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro; Professor, que lê e desenha vorazmente, sendo muito talentoso; Gato, que com seu jeito malandro acaba conquistando uma prostituta, Dalva; Sem-Pernas, o garoto coxo que serve de espião se fingindo de órfão desamparado (e numa das casas que vai é bem acolhido, mas trai a família ainda assim, mesmo sem querer fazê-lo de verdade); João Grande, o "negro bom" como diz Pedro Bala, segundo em comando; Querido-de-Deus, um capoeirista que é só amigo do grupo; e Pirulito, que em grande fervor religioso. 

O ápice da primeira parte vem em duas partes: quando os meninos se envolvem com um carrossel mambembe que chegou na cidade, e exercem sua meninez; e quando a varíola ataca a cidade e acaba matando um deles, mesmo com Padre José Pedro tentando ajudá-los e se encrencando por isso. 

2ª Parte 

A segunda parte, "Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos", surge uma história de amor quando a menina Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia", e mesmo que inicialmente os garotos tentem tomá-la a força, ela se torna como mãe e irmã para todos. (O homossexualismo é comum no grupo, mesmo que em dado momento Pedro Bala tente impedí-lo de continuar, e todos eles costumam "derrubar negrinhas" na orla). Mas Professor e Pedro bala se apaixonam por ela, e Dora se apaixona por Pedro Bala. Quando Pedro e ela são capturados (ela em pouco tempo passa a roubar como um dos meninos), eles são muito castigados, respectivamente no Reformatório e no Orfanato. Quando escapam, muito enfraquecidos, se amam pela primeira vez na praia e ela morre, marcando o começo do fim para os principais membros do grupo. 

3ª Parte 

"Canção da Bahia, Canção da Liberdade", a terceira parte, vai nos mostrando a desintegração dos líderes. Sem-Pernas se mata antes de ser capturado pela polícia que odeia; Professor parte para o RJ para se tornar um pintor de sucesso, entristecido coma morte de Dora; Gato se torna uma malandro de verdade, abandonando eventualmente sua amante Dalva, e passando por ilhéus; Pirulito se torna frade; Padre José Pedro finalmente consegue uma paróquia no interior, e vai para lá ajudar os desgarrados do rebanho do Sertão; Volta Seca se torna um cangaceiro do grupo de Lampião e mata mais de 60 soldados antes de ser capturado e condenado; João Grande torna-se marinheiro; Querido-de-Deus continua sua vida de capoeirista e malandro; Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e finalmente os Capitães da Areia ajudam numa greve. Pedro Bala abandona a liderança do grupo, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque. Assim Pedro Bala deixa de ser o líder dos Capitães da Areia e se torna um líder revolucionário comunista. 

Conclusão: Este livro foi escrito na primeira fase da carreira de Jorge Amado, e nota-se grandes preocupações sociais. As autoridades e o clero são sempre retratados como opressores (Padre José Pedro é uma exceção mas nem tanto; antes de ser um bom padre foi um operário), cruéis e responsáveis pelos males. 

Os Capitães de Areia são heróicos, "Robin Hood's" que tiram dos ricos e guardam para si (os pobres). O Comunismo é mostrado como algo bom, e o Padre José Pedro tem dúvidas quanto a posição da Igreja quanto ao assunto. No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transformam em personagens únicos e corajosos, corajosos Capitães da Areia de Salvador.

A Viúva Simões (Júlia Lopes de Almeida)


"A Viúva Simões", escrito por Júlia Lopes de Almeida, conta a história da viúva Simões, que após a morte do marido, passou a viver sozinha em um chalé em Santa Tereza, sendo servida por seus cinco criados. O que antes era status, festas e eventos sociais, se transformou apenas na rotina do lar. A autora quis nos mostrar como a preocupação e os pensamentos alheios podem interferir na vida de qualquer pessoa. 

O romance trata da história de Ernestina, uma mulher de origem modesta que após uma desilusão amorosa, realiza um casamento sem amor com o comendador Simões, de cuja união nasce Sara. Falecido o marido, resta-lhe, além da fortuna herdada, o enfrentamento social. 

O reaparecimento de um antigo amor, Luciano, reanima o cotidiano solitário de Ernestina e movimenta a trama. 

Abre-se para Ernestina, com esse reaparecimento, a possibilidade de uma retomada do passado, mas agora sob o crivo da moralidade, da censura social. Depois de casar-se com Simões, depois de enviuvar, perde ela autonomia (relativa que seja) anterior ao casamento. Como senhora Simões, deve atender a certas expectativas, entre elas a de policiar sua conduta, a de restringir seu espaço de atuação. Ela continua, de certo modo, identificada como uma mulher que pertenceu a certo homem. 

Com o tempo, mãe e filha (sem que a filha saiba inicialmente) passam a disputar a afeição desse rapaz. 

A viuvez não altera automaticamente essa situação. As restrições, como vemos no romance, continuam, em nome de uma respeitabilidade que beneficiaria o morto e as sobreviventes. Essa preocupação social se configura, e de maneira ostensiva, num porta-voz aparentemente inusitado, o retrato de Simões, primeiro instalado na sala e depois, no quarto de Ernestina. A viúva sente-se constrangida até nos pensamentos: “... não teve coragem de levantar os olhos; receou ver erguer-se da sua cadeira de veludo escarlate, na grande tela em frente, o marido terrível e ameaçador”. Em outro momento sente que dessa tela sombria “o marido parecia acompanhá-la com a vista”. 

Essa situação final carregada de tristeza e de arrependimento não nos autoriza a ver Ernestina como uma mulher moralmente reta, de índole imaculada. Foi interesseira e ardilosa quando ela quis. Essa determinação pessoal, em certa medida contrária à moral, é que a leva a reativar a antiga paixão, colocando-se, pelo desdobramento dos fatos, em situação conflituosa. 

A viuvez se apresenta, assim, como uma ruptura, ou uma restrição da capacidade afetiva. O respeito à família, ao marido morto, implica uma espécie de cancelamento das ilusões. Ernestina não deve “soltar-se”, ou, caso contrário, deve dispor-se a pagar o preço. E ela se mostra bastante disposta a enfrentar os obstáculos. Após o encontro com Luciano, interrompe o luto, abre-se para a aventura amorosa. 

Mãe e filha se tornam então rivais, com prejuízos maiores para a mãe, que sofre ao comparar-se fisicamente com Sara. Mas Ernestina não se permite sucumbir, antes sente exacerbar – e não sem sofrer – o desejo físico. Ela acaba por revelar sua afeição pelo rapaz, entendendo que isso resolveria a seu favor aquela situação angustiante: 

“– Escuta! Para ti ele é um amor que começa, um capricho de criança talvez, que se apagará depressa; e para mim ele é a vida, toda a minha mocidade! Eu era ainda mais nova do que tu e já o amava!”!

Contudo isso, no fim, Ernestina (principalmente ela) não alcança o sentido verdadeiro da presença de Luciano na vida delas. O drama da viúva Simões no contexto social dominado por valores pode também ser considerado segundo a natureza do relacionamento que ela e a filha têm com Luciano, um galanteador inescrupuloso, que se deixa envolver com Ernestina para “matar o tempo” - e ele chega a desejar que ela tivesse alguma falha de conduta, o que a descredenciaria para compromisso sério e firmaria sua ascendência moral sobre ela. Em conversa com um amigo, considera o casamento uma “asneira”, mas sugere que sem a concorrência de Sara, levaria vantagem financeira no negócio. Sobre Sara, de quem Luciano se aproxima com interesse menos escuso, chega por vezes a confundir afetividade com desejo físico. 

Com isso, o dominador masculino se mostra nocivo, sem que se altere na base, a positividade de seu destino, na sequencia. Luciano segue seu rumo linearmente, sem sequelas dos acontecimentos. 

Ao contrário, a mulher padece no rebaixamento, paga pelos “desvios” de conduta, de que também participa o homem. Ernestina é que se apresenta como transgressora, já que as restrições sociais ao comportamento masculino, pequenas, não implicam necessária e imediata sanção, ou, em outras palavras, não criam margens para que se reconheçam desvios condenáveis. 

Essa perda unilateral pode ser vista na solução da intriga: Luciano segue seu curso normalmente enquanto Ernestina e a filha, sem horizontes de mudança, ficam com o peso nefasto dos acontecimentos.

A Casa Vazia (Sir Arthur Conan Doyle)


Este livro traz 13 contos. É narrado pelo fiel companheiro de Sherlock, Watson que expõe suas opiniões e seus pensamentos sobre cada caso, e mostra a genialidade de Holmes a resolver casos que parecem insolucionáveis. O livro é narrado em primeira pessoa, e mostra os pensamentos e opiniões de Watson. O seu amigo, Sherlock é misterioso, muito observador e inteligente e consegue realizar com sucesso os enigmas que estão em suas mãos. 

Como o próprio nome do livro sugere o primeiro conto que chama ‘’A casa vazia’’ele conta a volta de Sherlock Holmes já que o autor tinha assassinado o personagem, o professor Moriarty, em um livro anterior, no conto ‘’O problema final’’, mas de forma bem inteligente, Sherlock não morreu e esteve escondido durante os anos que foram dados como morto. O motivo para a volta do personagem foi o pedido e a pressão de vários fãs em cima do autor decorrente da morte do mesmo. 

Arthur Conan Doyle não suportou a pressão dos leitores. Teve de ressuscitar Sherlock Holmes, o maior detetive de todos os tempos, depois de contar sua morte na cena famosa em que desaparece nas cataratas de Reichenbach, na Suíça, junto com seu maior inimigo, o professor Moriarty. O detetive escapa por milagre e reaparece em Londres de forma surpreendente, três anos mais tarde. Com a colaboração do fiel Watson, Sherlock Holmes volta a usar sua inteligência analítica na neblina densa da capital inglesa, desvendando os mistérios mais complexos no combate incansável às tramas dos criminosos. 

******

Sherlock Holmes e seu inseparável amigo, Watson, estão nas Cataratas de Reichenbach, Suíça, atrás do Professor Moriarty, um gênio que comanda quase todos os crimes de Londres. Moriarty os surpreende e começa então, uma luta com Holmes, porém acabam os dois caindo do penhasco e seus corpos se perdendo nas águas. 

Alguns anos depois, Watson ainda é chamado para ajudar a solucionar casos, já que conviveu tanto tempo com Holmes, porém nunca foi tão observador e perspicaz quanto o amigo. Dessa vez ele é chamado para investigar o caso de um homem que foi morto em seu escritório, o qual estava trancado por dentro. 

Sherlock Holmes está de volta! Durante três anos, Watson acreditou que seu melhor amigo estivesse morto e, para manter a memória de Holmes, procurou ajudar a polícia a resolver casos, mas não tinha o talento do conhecido detetive. O estranho assassinato do aristocrata deixa Watson perplexo. Mal sabia ele que contaria com a ajuda do amigo Sherlock Holmes, que reaparece para resolver o caso. 

A volta de Sherlock Holmes traz quatro aventuras que o próprio Conan Doyle considerou as melhores que escreveu: A casa vazia, Os dançarinos, A Escola do Priorado e A segunda mancha. 

O livro ainda conta com outros contos: 

A Casa Vazia: Neste caso Holmes usa ao máximo de sua observação e sua inteligência, usa os personagens envolvidos no caso para descobrir a solução, não se deixa levar pela opinião dos outros. Um caso perfeito. 

A Escola do Priorado: Sherlock mais uma vez mostra a sua inteligência e sua mente fotográfica neste caso, onde um garoto e um professor desaparecem, a conclusão que todos tem seria de o professor ter raptado a criança, mas Holmes prova o que realmente aconteceu.

Os Dançarinos: Um dos contos mais simples de Sherlock, mas esta simplicidade torna o caso mais interessante e sábio, onde Holmes tem que decifrar uma mensagem em formato de dançarinos, decifrando a mensagem o assassino é descoberto. 

O Ciclista Solitário: Sherlock Holmes sempre perfeito? Não ele também se equivoca, e este caso é a prova disso, onde ele tenta usar a lógica, mas vê que não há lógica.

O monge e o executivo (James Hunter)


O livro fala sobre a importância da liderança e do bom relacionamento entre líder e empregados. James C. Hunter é consultor-chefe de uma empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento, tem mais de 20 anos de experiência, e é muito solicitado como instrutor e palestrante, principalmente nas áreas de liderança funcional e organização de grupos comunitários. James C. Hunter apresenta conceitos fundamentais para melhorar nossa capacidade de liderança e o convívio com os outros, ajudando assim a nos tornarmos pessoas melhores e abrindo caminho para o sucesso duradouro. 

Resumo: 

O livro narra a história de John Daily, um executivo bem sucedido, técnico voluntário de um time de beisebol, casado e pai de dois filhos. Desde o início de sua vida John se via perseguido por um nome: “Simeão”. De todos os fatos e coincidências, ele não compreendia porque, sempre ao longe dos anos, tinha o mesmo sonho que lhe transmitia a mesma mensagem: “Ache Simeão e ouça-o!”. 

John Daily, é um superocupado gerente-geral de uma grande indústria de vidros planos, ou seja, um homem de negócios bem-sucedidos. Ele era casado há 18 anos com uma linda mulher, Rachel. Sua esposa sofria de infertilidade e por isso adotaram um menino chamado John Junior. Depois de dois anos inesperadamente Rachel ficara grávida de uma menina a qual deram o nome de Sara. 

Como já foi dito acima, Simeão era um nome que o perseguia, desde criança. John era batizado na Igreja Luterana local e na sua certidão do batismo era mostrado o versículo da bíblia escolhido no livro de Lucas onde se tratava a respeito de um homem chamado Simeão. De acordo com o evangelho de Lucas, Simeão era um homem bom e devoto, possuído pelo Espírito Santo. 

Quando John fora crismado ao final da oitava série, o pastor escolhera um verso da bíblia para cada candidato e quando chegara à vez de John, era o mesmo trecho de Lucas sobre Simeão. A princípio ele chegou a pensar que fosse coincidência. 

John tivera um sonho, no qual sendo tarde da noite, ele estava completamente perdido, correndo num cemitério; de repente um homem vestido com um manto negro aparece e diz “Ache Simeão - ache Simeão e ouça-o”. Na realidade John nunca soubera ao certo se havia um significado para todas estas “coincidências” envolvendo o nome Simeão, mas sua mulher sempre acreditara que haveria um significado. 

A vida de John parecia equilibrada em todos os sentidos, mas de repente ele percebera que sua família estava se desestruturando. Os negócios não estavam indo bem, o relacionamento com os filhos e com a esposa também não. John estava fracassando como chefe, marido e pai. Após um movimento sindical em sua fábrica, as constantes reclamações de sua esposa e a insubordinação de seus filhos, John começara a ver que nem tudo estava como planejara. Diante disso sua esposa sugere que ele vá se aconselhar com o pastor de sua igreja; este o indica a participar de um retiro num pequeno e relativamente desconhecido mosteiro cristão chamado João da Cruz, localizado perto do lago Michigan. 

O mosteiro abrigava frades da Ordem de São Bento, que viviam numa vida de oração, trabalho e silêncio. Um dos frades se chamava Leonard Hoffman, um ex-executivo de uma das maiores empresas dos Estados Unidos que abandonara tudo em busca de um novo sentido para a sua vida. 

John Daily ficara animado com isso, porém ainda estava relutante com a ideia deste retiro. No entanto John acabara indo para o mosteiro com o intuito de agradar a sua esposa. Mas quando chegara ao mosteiro John ficara sabendo que o nome do lendário Leonard Hoffman era Simeão, o que provocara nele uma grande surpresa. 

No retiro as pessoas discutiam sobre liderança, e Simeão defendia que a base da liderança não é o poder, mas sim a autoridade, conquistada com amor, dedicação e sacrifício. 

Com isso John aprendera a arte de ser um líder de sucesso sendo servidor e respeitoso com as pessoas... e esse retiro acabara mudando a sua vida em todos os sentidos!

A faca de dois gumes (Fernando Sabino)


O livro “A faca de dois gumes” de Fernando Sabino é mais uma de suas obras que a crônica e o discurso coloquial estão presentes. Na obra o discurso é feito em 3º pessoa, e tem elementos como psicologismo e o fluxo de consciência do personagem principal, Aldo Tolentino. Fernando Sabino mostra as violências contemporâneas, misturadas com o desejo sexual e ódios tipicamente urbanos que se confundem. No final do livro, características como pessimismo são nítidos assim como o existencialismo sobre a vida. 

A obra “A faca de dois gumes” narra a história de Aldo Tolentino, 50 anos, viúvo e com um filho do primeiro casamento e dois do segundo. Ele descobre que sua atual mulher, a fútil Maria Lúcia o está traindo com seu sócio e amigo Dr. Marco Túlio. O amante é descrito no livro como "mais baixo, mas desenvolto, bem vestido, queimado de sol, aparência esportiva". Aldo Tolentino decide se vingar dos dois e bola um plano que a seu ver era perfeito. 

Ele forja uma viagem de trabalho para São Paulo, pega um avião e ao chegar à cidade se hospeda em um hotel. Com documentos falsos, ele sai do hotel sem que ninguém note, volta para o Rio de Janeiro e vai para sua casa. Chegando lá ele flagra a mulher infiel com o amigo na cama e mata os dois. Com o álibi perfeito, ele nunca seria suspeito e volta então para São Paulo tranquilamente. 

Porém, o que ele não esperava era que seu filho Paulo Sérgio, que chegou em casa de madrugada e encontrou os dois corpos, se tornasse o principal suspeito da polícia. Paulo Sérgio é acusado e desolado, ele se suicida na cadeia. Aldo Tolentino sofre então com a faca de dois gumes, pois matara aqueles que o traiu e como preço teve que ver seu filho preso e morto por um crime que fora cometido por ele próprio. Moral da história: mostra como um ato pode voltar para você!

Moral da história: mostra como um ato pode voltar para você!

Se eu Ficar (Gayle Forman)


Mia, é uma adolescente que é muito normal, mas tem os pais mais anormais do mundo. Seus pais são roqueiros e super modernos, e ela ama música clássica e toca violoncelo. E seu namorado também ama rock e ainda toca em uma banca de rock. Apesar dessas diferenças ela se dá muito bem com sua família e ama cada um deles. 

Até que um acidente acontece e nesse acidente seus pais e irmão morrem e ela fica em estado de coma, mas ainda sim via tudo fora do corpo, ela vê as pessoas em volta orando para ela voltar. 

“Se Eu Ficar” conta a história de Mia, uma adolescente talentosa, tímida e que ama muito sua família. Ela é violoncelista e está a um passo de entrar em Julliard, tem uma melhor amiga sensacional, um namorado rock star e tudo parece normal e certo em sua vida, até um dia fatídico em que ela e sua família sofrem um acidente de carro. 

Mia perde seus pais e fica em coma em estado gravíssimo. No entanto, a maior surpresa é quando ela percebe que está fora do seu corpo e consegue ver tudo o que acontece ao seu redor, inclusive o seu próprio corpo sendo levado urgentemente para o hospital. Assim, ela acompanha, como se estive separada por um vidro do mundo real, os acontecimentos que se desenrolam ao trágico acidente, a aglomeração de parentes que vem lhe dar apoio, Adam (seu namorado), que tenta desesperadamente vê-la e Kim (sua melhor amiga) que mesmo Mia estando em coma lhe dá palavras de conforto. É lindo o cuidado e o amor que Mia tem pelo irmão e muito bonito o amor do namorado dela para com ela. 

Anestesiada e suspensa entre a vida e a morte, tentando entender o que está acontecendo ao seu redor, Mia tem algumas horas para reavaliar sua vida, considerar seu futuro e decidir se quer desistir de tudo ou lutar para continuar viva. Ela passa a ser expectadora da própria vida no leito do hospital. 

Não é nada fácil lidar com a morte. Você simplesmente não tem como descobrir quais serão seus últimos momentos de felicidade, aqueles que antecedem uma tragédia ou uma descoberta aterradora. “Eu percebo agora que morrer é fácil. Viver é difícil.” 

É um livro que nos faz refletir e avaliar o valor da vida. Nos mostra que nada é garantido neste mundo. Em um momento podemos estar felizes ao lado das pessoas que amamos e no minuto seguinte perdê-las.

Orgulho e Preconceito (Jane Austen)


Orgulho e Preconceito é a obra mais popular de Jane Austen. O enredo tem lugar na Inglaterra do início do século XIX, onde vive a família Bennet, com cinco filhas. Toda a família vivia na área rural em Hertfordshire.

A principal personagem é Elizabeth Bennet, ou Lizzy como é chamada, uma bela mulher de 20 anos, possuidora de uma mente ágil e ainda mais ágil na língua. A amada irmã mais velha de Elizabeth, Jane, é mais gentil, mas igualmente, se não mais, atrativa. Outra irmã, Mary, é uma pregadora sem-graça, apaixonada por livros, enquanto as outras, Kitty e Lydia, são descuidadas e paqueradoras adolescentes, atraídas por homens de uniforme. 

Mr. Bennet, pai das moças, é um excêntrico que passa a maior parte de seu tempo se escondendo em seus estudos (um refúgio por sua esposa irritante), e o resto de seu tempo fazendo sarcásticos comentários desmerecendo sua família. Enquanto isso, a queixosa Sra. Bennet, esposa do Sr. Bennet está desesperadamente determinada a assegurar bons partidos para as suas 5 filhas, enquanto tenta manter seus nervos em controle. Como é costume da época, toda a herança da família é herdada pelo filho homem, mas com cinco filhas todos os bens da família Bennet está destinado para um parente distante, e nesse caso o primo Mr. Collins seria o único herdeiro. 

Então isso é mais do que o suficiente para deixar a matriarca da família desesperada para casar logo suas filhas. Quando a propriedade de Netherfield é alugada pelo Mr. Charles Bingley, a senhora Bennet enlouquece ao se deparar com um alvo perfeito para formar um laço com alguma de suas filhas e ela não vai poupar esforços para que isso ocorra. O Mr. Bingley trouxe consigo algumas pessoas que ficariam instaladas em sua casa pelo tempo que ele passasse em Hertfordshire, sua irmã Caroline e seu melhor amigo, Mr. Darcy. 

O plano da Sra. Bennet acaba se perdendo já que o Sr. Bingley se encantara foi por sua filha mais velha Jane. E isso deixa os Bennet totalmente ouriçados! Em contra partida, temos o Sr. Darcy que apesar de ser um amigo muito leal ao Sr. Bingley, fica recluso em seu casulo durante toda a sua estadia em Hertfordshire. Por esse fato, ele é visto por todos ao seu redor como um rico metido, arrogante e orgulhoso - e chega até a desfazer de Elizabeth. Este preconceito contra ele é agravado pela intriga de Mr. Wickham, que apesar de ser mais interessante aos olhos de Lizzy do que o Mr. Darcy, ele possui um mal caráter. 

Mr. Bennet faz tudo que está ao seu alcance para aproximar Mr. Bingley da sua filha preferida, Jane, enquanto pressiona Lizzy para aceitar a proposta de Mr. Collins, já que este a pedira em casamento. Mas tudo lhe corre mal, pois Mr. Collins acaba sendo rejeitado por Lizzy. 

Enquanto isso Mr. Bingley acaba por abandonar a região e também os seus propósitos de se casar com Jane, devido à influência de Mr. Darcy, que considera a família Bennet muito abaixo da sua condição social.

Quanto a Mr. Darcy, o amigo de Mr. Bingley, apesar do seu orgulho, ele pede Lizzy em casamento, que recusa a sua proposta. A sua maneira de ser extremamente arrogante torna o pedido quase ofensivo para Lizzy. 

Porém o preconceito de Lizzy contra Mr. Darcy começa a desvanecer logo em seguida, quando ele lhe entrega uma carta onde explica a sua versão do seu desentendimento com Wickham, que era afilhado de seu pai. Após a morte deste, Wickham recusou a assumir compromissos que havia feito e após exigir dinheiro a que não tinha direito, vinha tentando seduzir a irmã mais nova de Mr. Darcy. Na carta, Mr. Darcy pede ainda perdão se a ofendeu com as suas palavras, mas reafirma que a sede de dinheiro demonstrada por Mr. Bennet, ou o comportamento das suas irmãs mais novas, são razões fortes para ela e a irmã Jane não poderem ser consideradas como um bom partido. 

Quando Lizzy faz uma visita a Pemberley, à propriedade dos Darcy, na companhia dos seus tios, ela tem oportunidade de conhecer melhor a sua personalidade e pouco a pouco, ela percebe que Darcy no fundo é um homem bom. 

Então, se de início Mr. Darcy é mal educado ferindo o orgulho de Lizzy, com o tempo ele se redime de cada erro e passa a ser mais educado. Por isso mesmo, o encanto desse romance é a forma como Lizzy e Mr. Darcy acabam se apaixonando e como o amor deles é construído com o desenrolar da história, substituindo o desprezo pela admiração de Lizzy. 

Pouco tempo depois, a irmã mais nova de Lizzy, Lydia, foge com Wickham, que revela o seu verdadeiro caráter e a tragédia abate-se sobre a família. Mr. Darcy, preocupado com Lizzy, procura Wickham e obriga-o a casar-se com Lydia, com a cumplicidade dos tios de Lizzy, a quem pede segredo. 

Mais tarde, Mr. Bingley reaparece e resolve pedir a mão de Jane em casamento. 

Lady Catherine de Bourgh, tia de Mr. Darcy, temendo uma união desastrosa na sua família, faz uma visita a Lizzy em que exige que ela se afaste de Mr. Darcy, para que este possa se casar com a filha dela. 

Porém Lady Catherine não conseguiu afastá-los pois Lizzy ao saber pelos seus tios que foi Mr. Darcy quem procurou e obrigou Wickham a se casar com sua irmã Lydia, Lizzy enfim aceita o pedido renovado de casamento feito por Mr. Darcy e ela claro.... aceita de imediato!

A Revolução Francesa (Eric Hobsbawn)


Há um mundo anterior e outro posterior à Revolução Francesa. A Revolução Industrial transformou as relações de trabalho e impulsionou os setores econômicos, mas a Revolução Francesa atingiu mais fundo. O movimento de 1789 alterou o cotidiano da população, modificou o conceito e o vocabulário do nacionalismo, forneceu códigos legais, um sistema de medidas, enfim ela forneceu a ideologia transformadora que rompeu barreiras, inclusive dos países que resistiam às ideias europeias. 

O final do século XVIII foi marcado por uma série de revoltas e agitações políticas nos diversos cantos do planeta. Colônias buscavam autonomia, Estados lutavam por independência e no meio de tudo isso a Revolução Francesa pode ser apontada como a que teve maior alcance e repercussão. A crise do antigo regime não se limitou a França e nem a Revolução Francesa foi um fenômeno isolado, contudo suas consequências foram mais profundas. Primeiro porque aconteceu no mais populoso e poderoso Estado da Europa, em segundo ela foi muito mais radical que outras revoltas que a precederam e em terceiro a revolução Francesa foi a única marcada por uma caráter ecumênico. Enfim, a Revolução Francesa é um marco em todos os países. 

A Revolução Francesa foi a revolução do seu tempo. É preciso entender suas origens e as condições para que ela eclodisse na França. A primeira coisa a ser feita é procurar suas condições gerais na situação específica da França e não na Europa em geral. Rival econômica da Grã-Bretanha, a França, viu o crescimento da influência política e o avanço econômico alcançado pelos ingleses. Houve tentativas de alavancar a economia francesa como as propostas de Turgot, o problema é que essas ações esbarravam na máquina administrativa da monarquia absolutista. Os nobres franceses gozavam de privilégios como a isenção de vários impostos e o direito de receber tributos feudais, porém a monarquia absoluta havia destituído os nobres de sua independência e responsabilidades políticas delegando à classe média ascendente as funções administrativas. No decorrer desse processo os nobres observaram o esvaziamento de suas riquezas e passaram a pleitear as funções oficiais exercidas pela classe média. Resultado desse processo foi o conflito entre a estrutura oficial com interesses estabelecidos no Antigo Regime e as novas forças sociais ascendentes. Esse fenômeno foi mais agudo na França. 

Usando seus direitos feudais a nobreza não exasperava somente a classe média, mas atingia profundamente através da extorsão, o campesinato. Essa classe que representava 80% da população da França e enfrentava os problemas econômicos e sociais que lhes eram impostos. Em geral o campesinato era formado por homens livres e proprietários de terras, ainda que não em grandes extensões. Os tributos e taxas tomavam proporções cada vez maiores e consumiam grande parte da renda do camponês. 

A Revolução começou como uma tentativa de recapturar o Estado. Captura essa empreendida pela aristocracia e pelos parlamentos e não fosse pelo desprezo à profunda crise socioeconômica que suas exigências acarretavam e por ter subestimado a força do Terceiro Poder a nobreza poderia ter alcançado seus objetivos. Mas, a Revolução não foi realizada por um grupo organizado ou por um partido e nem chegou a apresentar líderes que conduzissem as massas rumo à revolução. Um grupo foi responsável por dar a unidade efetiva ao movimento revolucionário. A “burguesia”. Suas exigências foram norteadoras da famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. A característica marcante desse documento é ser contra a sociedade hierárquica e de privilégios da nobreza, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. O burguês liberal clássico não era democrata, mas sim um devoto do constitucionalismo, de um Estado secular com liberdades civis e garantias para a empresa privada e de um governo de contribuintes e proprietários. 

O objetivo da vitoriosa burguesia moderada, que havia se transformado na Assembleia Constituinte, era promover a racionalização e reforma da França. Suas perspectivas eram inteiramente liberais, porém dava pouca satisfação ao povo comum. Em 1791, a Constituição colocou de lado a democracia excessiva com um sistema monárquico constitucional baseado num direito de voto dos “cidadãos ativos”. A incontrolada economia de livre empresa dos moderados acentuou as flutuações dos preços dos alimentos e, consequentemente, a militância dos pobres das cidades, especialmente Paris. 

A guerra que eclodiu em seguida agravou a situação e transformou a história da Revolução Francesa na história da Europa. Duas forças protagonizaram os atos que levaram a França a uma guerra geral: a extrema direita e a esquerda moderada. A nobreza, a aristocracia e clero depositava sua esperança de restauração em uma intervenção estrangeira que restituísse o Antigo Regime e mais do que isso, bloquear a difusão das ideias perturbadoras projetadas a partir da França. Para os franceses em geral e para seus simpatizantes no exterior, a libertação da França era simplesmente o primeiro passo para o triunfo universal da liberdade. Havia entre os revolucionários, moderados e extremistas, uma paixão generosa e genuinamente exaltada em difundir a liberdade. 

Contudo, a guerra também favoreceu a solução de problemas domésticos. Sob a ameaça de intervenção estrangeira os homens de negócio argumentavam que as incertezas econômicas, a moeda desvalorizada e outros problemas só seriam sanados com a dissipação dessa ameaça. Logo passaram a ver o quanto lucrativa a guerra poderia se tornar. A guerra proporcionou uma relação entre a Revolução, a libertação, a exploração e a direção política. No decorrer de sua crise a jovem República Francesa descobriu ou inventou a guerra total; a plena mobilização dos recursos de uma nação com o recrutamento, o racionamento e uma economia de guerra rigidamente controlada, e a virtual abolição, dentro do país e no exterior, da distinção entre soldados e civis. 

Os dois grupos, sans-culottes e girondinos, apresentavam divergências quanta ao governo revolucionário de guerra. O primeiro saudava esse tipo de governo porque entendiam que só dessa forma poderiam defender a frança de uma contrarrevolução e da intervenção estrangeira e, também, que através de seus métodos alcançavam uma maior mobilização do povo e se aproximavam mais de uma justiça social. Os girondinos por sua vez, temiam as consequências políticas da combinação de uma revolução de massa com a guerra que eles provocaram. Além disso, não estavam preparados para combater e vencer a esquerda. Em 2 de junho de 1793, o golpe dos sans-culottes derrubou a Gironda. 

Para a maioria da Convenção Nacional a escolha era simples: ou o Terror, com todos os seus defeitos do ponto de vista da classe média, ou a destruição da Revolução, a desintegração do Estado nacional e provavelmente o desaparecimento do país. E não fosse a desesperada crise da França muitos deles teriam preferido um regime menos ferrenho. Quando os jacobinos ascendem ao poder o governo do Terror é levado ao seu ápice. A primeira tarefa do regime jacobino foi mobilizar o apoio da massa contra a dissidência dos notáveis da província e dos girondinos, e preservar o já mobilizado apoio de massa dos sans-culottes de Paris. Uma nova Constituição foi proclamada e deu ao povo o sufrágio universal, o direito de insurreição, trabalho ou subsistência e, o mais importante, a declaração oficial de que a felicidade de todos era o objetivo do governo e de que os direitos do povo deveriam se não somente acessíveis, mas também operantes. 

O jacobinos aboliram sem indenização todos os direitos feudais remanescentes, aumentaram as oportunidades para o pequeno comprador adquirir terras confiscadas dos emigrantes e aboliram a escravidão das colônias francesas. O erro jacobino foi o de não estimular o crescimento econômico ao estabelecer uma economia que girava em torno de pequenos e médios proprietários de terra, pequenos artesãos e lojistas economicamente retrógrados. Forçando a transformação capitalista agrária da agricultura e da pequena empresa a caminhar lentamente dificultando a urbanização, a expansão do mercado doméstico, a multiplicação da classe trabalhadora e o consequente avanço da revolução proletária. 

O problema que a classe média francesa enfrentava no Período revolucionário (1794-9) era como e de que forma alcançar a estabilidade política e o avanço econômico nas bases do programa liberal de 1781-91. As rápidas alternâncias de regime foram tentativas para se manter a sociedade burguesa, evitando, ao mesmo tempo, o duplo perigo da República Democrática Jacobina e do Antigo Regime. A solução foi o exército francês. A inatividade era a única garantia segura de poder para um regime fraco e impopular, mas classe média necessitava de expansão. O exército resolveu este problema, aparentemente insolúvel. Ele conquistou; pagou-se a si mesmo e, mais do que isto, suas pilhagens e conquistas resgataram o governo. Sem grandes recursos o exército francês adotou a tática de guerras curtas e vigorosas, pois era o único modo viável de se fazer a guerra. Outro fator importante do exército era proporcionar uma carreira aberta pelo talento das revoluções burguesas. 

O exército foi o pilar do governo póstermidoriano e Napoleão uma pessoa adequada para concluir a revolução burguesa e iniciar o regime burguês.

Os Sofrimentos do Jovem Wertherpor (Johann Wolfgang Goethe)


Goethe (1749-1832) é um dos maiores nomes da literatura alemã. 

Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) é um romance de Johann Wolfgang Von Goethe. Marco inicial do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do autor, ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como no final. 

Neste livro, o suposto Jovem Werther envia por um longo período cartas ao narrador que, no próprio livro, através de notas de rodapé, afirma que nomes e lugares foram trocados. 

O romance é escrito em primeira pessoa e com poucos personagens. Na época ocorreu, na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. Num estilo completamente adverso a Fausto, mas não menor que neste. 

Werther é marcado por uma paixão profunda, tempestuosa e desditosa. Werther é correspondido no amor, porém sofre com a impossibilidade de consumá-lo ao se enamorar com uma jovem já prometida a outro homem. J. W. Goethe põe um pouco de sua vida na obra, pois ele também vivera um amor não correspondido. Para o herói, a vida só tem um sentido: Charlotte. A vida deixaria de ter sentido se ele perdesse sua amada. Werther se apaixona cada vez mais por Charlotte. De temperamento sensível e artístico, ele não consegue esquecê-la e por causa desse amor impossível, no final ele acaba se suicidando com um tiro de pistola na cabeça. 

Quando lançado na Europa, o livro inspirou uma leva de jovens leitores, que passaram a se vestir como o protagonista. 

Personagens: 

Werther - Personagem principal, inspirado em Goethe. 

Editor - Criado por Goethe, chama-se Wilhelm (Guilherme), e é supostamente o amigo a quem Werther endereçou as cartas e quem as organizou. 

Charlotte (Carlota) - Amada de Werther, noiva de Albert. 

Albert (Alberto) - Noivo de Charlotte foi normalmente contrário aos pensamentos de Werther. 


Morreu por amor - O suicídio de Werther: 

"Pela manhã, às 6 horas, o criado entrou no quarto com a luz. Encontrou o seu senhor no chão, viu a pistola e o sangue. Chamou-o, mexeu nele; nenhuma resposta, ele ainda agonizava. Correu em busca dos médicos e de Albert. Lotte ouviu alguém tocar a campanhia e um tremor convulsionou-lhe todos os membros (...). Tinha atirado na cabeça, logo acima do olho direito, fazendo saltar os miolos. Pelo sangue espalhado no espaldar da cadeira, concluiu-se que ele realizara seu intento sentado à escrivaninha, caíra em seguida, rolando convulsivamente em volta da cadeira. Estava estendido de costas perto da janela, inerte, todo vestido e calçado, de casaca azul e colete amarelo. (...) Do vinho, bebera somente um copo." (Wilhelm, amigo de Werther, escreve após a morte do companheiro) (Tradução de Erlon José Paschoal)

O Garimpeiro (Bernardo Guimarães)


O Garimpeiro (Bernardo Guimarães) Romance "O Garimpeiro" inicia-se, na toada de Bernardo Guimarães, com a descrição de uma paisagem edênica. A natureza é sempre rica de árvores, pássaros, frutas, ribeirões, ares amenos, horizontes tranquilos. Os personagens são introduzidos neste mundo sem maior delonga e imediatamente postos em ação. Sabemos onde estamos, sabemos o tempo de início dos acontecimentos, e conhecemos logo o Major, suas filhas e escravas. E também Elias, "aquele moço de Uberaba". Lúcia e Elias amam-se. 

A história de dois jovens apaixonados Lúcia e Elias que se conhecem na cavalhada e vivem um amor proibido interferido pelo major que era o pai de Lúcia que só pensa em riqueza, e por Elias ser um moço pobre, o major não aceita que os dois se casem. 

Elias vai para a casa de seu amigo Simão que trabalhava no garimpo. Os dois começam a trabalhar duramente a procura de ouro, mas quando Elias percebe que por ali não tem nada, decide ir embora com um homem que não conhecia, mas Simão não desiste e continua no garimpo. 

Pouco tempo depois o amigo de Elias acaba falecendo e ele entra em desespero por não saber mais o que devia fazer, então encontra um moço rico chamado Leonel, que promete ajudá-lo mas que acaba enganando-o. Sem saber, Elias volta para a cidade achando que estava rico, mais ao chegar ele descobre que tinha sido enganado e que Leonel estava noivo de Lúcia. 

Na festa de noivado Elias aparece na casa do major mesmo sem ser convidado e arruma a maior confusão, desmascarando Leonel. O major descobre que Leonel era um ladrão e com isso Leonel vai preso. 

Nisso o major se mudou com a família para um casebre bem pobre e começou a apertar Lúcia para que ela se casasse com um outro bom partido, bem rico que os tiraria daquela situação de pobreza. 

Enquanto isso, Elias recebia um bilhete de Lúcia avisando-o sobre esse novo acontecimento em que o pai a impunha. Ela queria uma salvação. 

Quando Elias já sentindo que nada mais poderia oferecer à Lúcia, estando até determinado a renunciar a esse amor, Elias reencontra seu amigo Simão que estava muito doente, prestes a morrer e então recebe dele alguns diamantes que ele tinha conseguido no garimpo após sua partida. E ainda Simão disse à Elias que de onde encontrara os diamantes teria muito mais! Após dizer isso Simão morre. 

Elias vai atrás de Lúcia e pede a mão dela em casamento para o major. Este ficou no começo assustado com a ousadia de Elias, mas depois que Elias lhe contou que ficara rico de um tempo para cá, o major então permite que o casamento aconteça entre os dois. 

E tudo acaba bem entre todos!

(Um) 1 Litro de Lágrimas ( Aya Kito)


1 Litro de Lágrimas é uma história baseada em fatos reais que conta a vida de uma menina que viveu no Japão, chamada Aya. 

Aya com 14-15 anos teve uma doença chamada Degeneração Espinocerebelar, uma doença incurável e muito cruel que faz com que a pessoa gradualmente vá perdendo os movimentos do corpo. Esta doença afeta a medula espinhal, o cerebelo e o tronco encefálico da pessoa; deteriora o cérebro gradualmente até a perda dos movimentos, como não poder andar, falar, comer, escrever. 

A história foi baseada no diário de Aya Kito (19 de Julho de 1962 - 23 de Maio de 1988). O livro que surgiu mais tarde intitulado "1 litro de Lágrimas" vendeu mais de 1,8 milhão cópias. Falando nesse drama o mangá 1 Litro de Lágrimas foi publicado aqui no Brasil pela editora NewPop. 

Aya, durante todo o período da doença, começou a escrever um diário contando tudo o que sentia em relação a tudo pelo qual passava, seus medos, suas frustrações, o conforto e o amor recebido pela família e os amigos, mas também haveria outros olhares sem coração... 

A história da Aya nos toca profundamente e nos traz uma lição de vida muito importante, além de que nos faz perceber também que os nossos problemas do dia a dia não são absolutamente nada comparado ao drama da vida de Aya. 

O drama é muito bem produzido, as cenas são emocionantes e os atores se entregam de corpo e alma aos seus personagens. Além disso, no final de cada episódio há trechos do verdadeiro diário de Aya, cujos trechos do diário mostrado em fotos são citados nas cenas do drama. Também, as fotos da verdadeira Aya no final de cada episódio são de tocar o nosso coração e percebemos que somos muito prestigiados por sermos sadios. 

A menina Aya, mesmo tendo sofrido muito por 10 anos desde quando descobriu a doença até o último dia de sua vida, sempre manteve um sorriso no rosto e conseguiu mudar o modo de pensar de muita gente. 

O livro também é um romance do drama entre Aya e Asou-kun. Todo o relacionamento deles foi incrível, muito puro e cheio de amizade. O sentimento deles foi bonito, entre muitas lágrimas e carinho, mas com a dor de ter a certeza que esse amor só ficaria mesmo nos sonhos. 

Até onde sabemos, não existiu na realidade um “Asou” na vida dela, pelo menos não da forma como retratada no drama. 

Suas últimas palavras em seu diário real foram: “O fato de eu estar viva é uma coisa tão encantadora e maravilhosa que me faz querer viver mais e mais”. "A vida é simples, basta vc querer amá-la mais".

Divergente, Insurgente, Convergente (Veronica Roth)


Divergente 

Tudo começa com Chicago no futuro, onde a cidade foi dividida em 5 facções: Abnegação, Audácia, Erudição, Amizade e Franqueza. 

A história se passa em um futuro pós apocalíptico, numa cidade, onde as pessoas estão divididas em cinco facções e o que define a facção que cada um pertencente é a virtude que prevalece na pessoa. A Abnegação é para aqueles que priorizam a vontade do próximo, para os altruístas; Amizade, para os que praticam a bondade, o perdão e procuram a paz; Audácia, para os corajosos e destemidos; Erudição, para sábios, inteligentes e curiosos; Franqueza, para pessoas sinceras e imparciais. Existe também os sem-facção, que são aqueles que não se encaixam em nenhuma das facções existentes. Cada facção acreditava em motivos diferentes que levaram ao "fim do mundo", a Abnegação, culpa o egoísmo, a Amizade culpa a guerra, a Erudição a ignorância, a Franqueza, a desonestidade e a Audácia, a covardia. 

Beatrice "Tris" Prior completa 16 anos e, como todos os outros jovens da sua idade, ela tem que passar por um teste de aptidão, que dirá a qual facção ela pertence. Mas o que acontece quando o resultado do teste é inconclusivo? 

No início do livro, vemos como é a vida de Tris antes do teste de aptidão e conhecemos um pouquinho da sua facção de origem. Após fazer o seu teste, Tris descobre que é Divergente, ou seja, tem aptidão para mais de uma facção, mas ela tem guardar esse segredo, pois ele pode custar a sua vida. Além de lidar com essa descoberta, ela ainda tem que escolher em qual facção passará o resto da sua vida - uma escolha nada fácil. Nós vemos sua vida, que antes era pacata, se transformar em uma aventura diária. 

Além de Tris, outro personagem com grande destaque é Quatro, um rapaz misterioso. Vale mencionar também Christina, Will e Tori. Há algumas cenas românticas, mas esse não é o foco da história. 

É uma trama incrível, onde é apresentado essa nova sociedade futurista, num mundo distópico. Cheia de segredos,e mistérios, Verônica conseguiu construir uma ótima história. 


Insurgente 

Um livro de distopia incrível. Mistura ficção científica com romance e drama. 

No primeiro livro temos a guerra entre as facções, muita gente morre, amigos e familiares de Tris. Depois dessas mortes ela não é mais a mesma. Ela acorda muita vezes tendo pesadelos com essas mortes que ao longo do livro atormentam a vida dela, a ponto dela não conseguir nem pegar em uma arma para se defender. 

Insurgente começa onde Divergente termina, sem mais! Após a guerra, Tris, Tobias e seus companheiros vão se refugiar no complexo da Amizade. Lá eles encontram abrigo, apoio e um sistema igualitário, que eles sabem muito bem que não vão poder ficar lá por muito tempo. 

O primeiro livro focou muito nas facções da Audácia, Abnegação e Erudição. Neste temos uma maior participação da Amizade, Franqueza e também dos Sem-Facção. Após os acontecimentos bombásticos do final de Divergente, Insurgente inicia com um ar de dúvidas e confusão. A cidade está dividida, as facções em conflito, e as lealdades são postas a prova. 

E no meio ao caos, surge uma nova questão. A existência de um segredo, uma verdade tão perturbadora a respeito da história da cidade e do mundo exterior, que teria sido o real motivo de tudo que aconteceu no final do primeiro livro. Porém, a fonte dessa informação não é a pessoa mais confiável do mundo, e Tris tem que decidir em quem confiar, se deve ou não seguir seus instintos na busca dessa verdade, e pesar as consequências possíveis, caso esteja sendo enganada, e não exista segredo algum. 

Então Tris se vê em um dilema quando descobre que uma das facções detêm um misterioso segredo que pode colocar em risco o futuro de todas as outras facções. Sem pausa para relaxar, Tris e amigos precisam decidir, e eles não possuem muito tempo para isto, se seguem seus corações e fidelidade à suas facções ou renegam suas crenças e buscam descobrir a verdade. 


Convergente 

Desde o primeiro livro nos acostumamos à narração de Tris, porém no último livro entra em cena um novo narrador e eles dividem os capítulos, mesclando as narrativas. 
Convergente dá continuidade à grande revelação feito no final de Insurgente: há um mundo lá fora, e os Divergentes precisam sair para encontrá-lo. Porém, a líder do sem-facção, Evelyn Johnson, não se importa. Ela quer apenas destruir o sistema de facções e manter todos naquela cidade, usando autoritarismo e julgando cada pessoa por traição. 

Em meio à esse novo sistema, há um grupo de pessoas, os Leais, que desejam voltar ao sistema de facções e mandar um grupo para investigar o que quer que haja lá fora. Assim, nossos protagonistas Tris e Tobias, além de Tori, Christina, Cara, Peter, Caleb e Uriah vão em direção ao desconhecido, e lá descobrem que, literalmente, a vida deles foi uma completa mentira. E pior do que isso, uma mentira baseada em uma crença equivocada. Eles devem lutar contra isso. 

A Chicago futurística conhecida por Tris, parece não ser mais a mesma. Depois de ter descobrido mentiras e revelações bombásticas sobre o que há por trás das facções, ela terá que se juntar ao seu namorado, Tobias, seus amigos e novas ajudas para, mais uma vez, lutar pela sua sobrevivência e a de quem ama. E isso será cada vez mais difícil...

A culpa é das estrelas (John Green)


Hazel Grace é uma garota com câncer que sofre diariamente com isso. Sair de casa com um cilindro de oxigênio não é para qualquer um, e qualquer cansaço parece dez vezes pior devido ao câncer ser que está em seus pulmões. 

Hazel insiste em ficar em casa assistindo televisão, mas a mãe dela não queria que a filha ficasse daquele jeito, trancada em casa. A mãe então convence Hazel a frequentar um grupo de apoio para jovens com câncer. Porém, na entediante reunião ela conhece Augustus, um garoto que sofreu de um câncer e perdera uma perna. 

Logo, porém aos poucos, eles acabam se apaixonando e se tornando melhores amigos um do outro. Ambos entendem o outro em seus problemas, e acabam se dando apoio. 

Hazel é fã de um livro chamado "Uma Aflição Imperial", o qual já lera diversas vezes. E de suas diversas cartas ao autor do livro, nenhuma delas fora respondida. Hazel comenta então com Augustus que gostaria muito de conhecer o autor desse livro para saber o que aconteceria depois no andamento do livro que ela tanta lê. Porém, com a ajuda de Augustus, mesmo com sacrifícios Hazel consegue ir até Amsterdam para conhecer o amado autor do livro preferido mas chegando lá encontra um escritor que bebia e ficava bêbado, de forma que acabou sendo "grosseiro" com os dois, falando coisas e coisas e sem dar atenção ao que eles realmente queriam.. E ambos tiveram que ir embora decepcionados sem que o autor falasse para Hazel sobre o final do livro que ela tanto queria saber.. Peter se negara a falar do final do livro!

Mas independente disso a viagem acabou sendo boa, onde os dois se beijaram, e se entregaram um para o outro... 

No entanto, na volta para casa Augustus começa a passar mal com a sua doença, e ambos precisam do apoio um do outro. 

Vale ressaltar que Augustus havia antes prometido para Hazel em terminar o livro, ou seja dar um final ao mesmo para ela. Mas infelizmente isso não foi possível, não dera tempo, pois Augustus estava morrendo...

Neste período Augustus escrevera cartas para o Peter Van pedindo a ele que  fosse em seu enterro para que Peter fosse perdoado do seu mal comportamento. E quando Augustus morre, Peter realmente comparece, ainda bebendo, dizendo coisas, mas que por fim chegou a pedir desculpas para Hazel e chorava pois ele também tinha acabado de perder uma filha de 8 anos com leucemia.

Ao final do livro Hazel consegue ler a última carta que Augustus escrevera para o escritor: antes de morrer, Augustus resolvera escrever mais uma carta para o autor do livro que Hazel gostava tanto de ler. Na carta Augustus elogia Peter Van Houten como escritor e como tinha algumas anotações feitas para Hazel, ele pede ao autor que o ajude a transformar essas anotações em um texto (antecipadamente) fúnebre para ela, já que Hazel tinha feito um texto antecipadamente fúnebre para ele mesmo, antes dele morrer. E de certa forma Augustus também chama a atenção do escritor para que se perceba melhor os sentimentos dos outros, assim como deveria ter percebido os de Hazel que amava aquele autor e o seu livro. E por fim ele declara um amor imenso por Hazel e que ele tinha deixado a cicatriz dele que era de ter se apaixonado por ela!

ABAIXO PEQUENOS TRECHOS CHOCANTES DA CARTA:

“Os verdadeiros heróis, no fim das contas, não são as pessoas que realizam certas coisas; os verdadeiros heróis são as que REPARAM nas coisas”. 

“Havia uma água cancerosa escura pingando do peito dela. Os olhos fechados. Entubada”. 

“Eu simplesmente segurei sua mão e tentei imaginar o mundo sem nós, e por mais ou menos um segundo fui uma pessoa boa o suficiente para torcer que ela morresse e nunca ficasse sabendo que eu também ia morrer”. 

“Depois que a minha tomografia acendeu como uma árvore de natal, eu entrei furtivamente na UTI e vi a Hazel quando ainda estava inconsciente. Eu realmente achei que ela fosse morrer antes que eu pudesse lhe contar que também ia morrer”. 

“Ela é tão linda! Não me canso de olhar para ela. Não me preocupo se ela é mais inteligente que eu: sei que é. É engraçada sem nunca ser má. Eu a amo. Sou muito sortudo por amá-la, Peter Van Houten (autor do livro). Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo”...

O Encontro Marcado (Fernando Sabino)


Nesse livro conhecemos a história de Eduardo. Na sua infância o vemos como um menino mimado, que manipula os pais e a empregada, conforma suas vontades. Na escola passou todo o curso em uma forma sem destaque, exceto quando se apaixonara pela menina mais inteligente de sua sala. Por isso, esforçou para ser também o mais inteligente. 

O interesse por sexualidade também aparece ao decorrer do texto e o vemos agir como a maioria dos garotos, com curiosidade e conversas entre amigos. Nessa época também um rapaz que frequentava sua casa e era visto como boa companhia pelos seus pais tenta assediá-lo. Eduardo cede até certo ponto, mas ser homossexual era um sacrilégio na sociedade da época e ele se tortura um tempo por esse acontecimento. É na sua adolescência também que ele vê Jadir, um amigo, suicidar-se pouco depois deles conversarem sobre o assunto. 

Eduardo sempre teve um talento para escrita. Mesmo assim nunca escreveu um romance. Certa vez ficou em segundo lugar em uma maratona intelectual e foi ao Rio de Janeiro buscar o prêmio, mas não voltou. Conseguira dinheiro com a publicação de um texto seu e ficou por lá gastando o dinheiro até que seu pai foi lhe buscar. 

De volta a Minas Gerais, Eduardo começa seu primeiro namoro. Letícia tinha uma mãe muito liberal para a época, e o amor que eles juravam ser eterno teve um fim por impedimento da mãe de Eduardo. Quando voltou, Eduardo também conheceu Toledo, um escritor em fim de carreira que se tornaria seu espelho por alguns anos. Ele também começou a praticar natação e no esporte ele se destacou. Treinava intensamente e batia recordes, e gostava da sensação de só precisar contar com seu próprio esforço. 

No fim do colegial, ele, Mauro e Eugênio combinam de anos mais tarde se reencontrarem no ginásio da escola. Eduardo então começa uma nova etapa de sua vida. Junto a Mauro e Hugo, leva uma vida boêmia e cheia de bebidas e farras. Eles saiam à noite e aprontavam pela cidade, às vezes causando tumulto com discursos sociais, movidos mais pelo frenesi do que pela consciência política, ou enterrando um esqueleto de anatomia na praça da cidade. 

Nesse tempo, Eduardo conhece Antonieta e também se torna um cavalheiro do exercito. Os dois têm mundos distintos. Ela é filha de um ministro carioca e é rica. Ele é apenas um pseudo-escritor mineiro. Mas os dois acabam se casando. Vão morar no Rio de Janeiro e Eduardo começa a trabalhar em um cargo público arrumado pelo sogro. 

Assim tem inicio a segunda parte do livro e da vida do protagonista. O casamento logo de inicio já mostra que não daria certo. Eduardo negligenciava Antonieta, que era a parte mais madura do casal. Eles tinham um grande círculo de amizade entre escritores, jornalistas e pode se dizer bêbados, uma vez que todos cultivavam o hábito de beber sempre. 

Eles nunca tiveram um filho. Quando Antonieta engravidou sofreu um aborto natural, talvez melhor assim já que eles acabam se divorciando. Antes disso, porém, ele a trai com Gerlane e quase faz o mesmo com a vizinha, Neusa. Ele também perde seu pai, motivo que o leva de volta a Minas Gerais e reencontrar se com os velhos amigos. Mauro se tornou médico e Hugo professor. Eduardo nunca cumpriu a maior vontade do pai, formar-se na faculdade. 

Depois que está separado ele começa a manter uma amizade com uma amiga de Antonieta, mas logo as fofocas por ela ser viúva atrapalham a amizade. Ele então volta a Minas novamente. Ali repara em como a cidade mudou, cresceu e se tornou apressada. Vai ao encontro no ginásio, mas ninguém comparece. De volta ao rio, ele encontra com Eugênio que havia se tornado padre, com o amigo encontra certa espécie de paz, revê Neusa que aborta um filho de uma noite só. 

Por fim, ele se demite deixando seu cargo a um recém amigo, Misael, deixa seus livros para o filho de tal que o admira assim como ele admirava Toledo, e ingressa em uma viagem a fim de descobrir a sim mesmo e a felicidade, o que ele buscou em toda a sua trajetória.

A garota que você deixou para trás (Jojo Moyes)


Durante a Primeira Guerra Mundial, o jovem pintor francês Édouard Lefèvre é obrigado a se separar de sua esposa, Sophie, para lutar no front. Vivendo com os irmãos e os sobrinhos em sua pequena cidade natal, agora ocupada pelos soldados alemães, Sophie apega-se às lembranças do marido admirando um retrato seu pintado por Édouard. Quando o quadro chama a atenção do novo comandante alemão, Sophie arrisca tudo — a família, a reputação e a vida — na esperança de rever Édouard, agora prisioneiro de guerra.

Quase um século depois, na Londres dos anos 2000, a jovem viúva Liv Halston mora sozinha numa moderna casa com paredes de vidro. Ocupando lugar de destaque, um retrato de uma bela jovem, presente do seu marido pouco antes de sua morte prematura, a mantém ligada ao passado. 

Quando Liv finalmente parece disposta a voltar à vida, um encontro inesperado vai revelar o verdadeiro valor daquela pintura e sua tumultuada trajetória. Ao mergulhar na história da garota do quadro, Liv vê, mais uma vez, sua própria vida virar de cabeça para baixo. 

Tecido com habilidade, A garota que você deixou para trás alterna momentos tristes e alegres, sem descuidar dos meandros das grandes histórias de amor e da delicadeza dos finais felizes.

O Recado do Morro (Guimarães Rosa)


A história ilustra o mundo sem lei. No sertão, vigora a regra, e não a lei - a regra da aliança e da vingança. Para o autor, estão em jogo ali novamente os destinos da civilização e da cidadania brasileira.

O recado do morro, os personagens-viajantes se deslocam pelo interior de Minas e por vários campos do saber, ao mesmo tempo em que recontam e decifram antigas estórias, relatos da loucura e mitos anônimos. Nesse conto, uma rede de narradores é estabelecida para passar adiante uma estória que, ao final, ainda é a mesma embora já seja outra. 

O recado do morro, ouvido por Gorgulho, é contado para seu irmão Catraz, que o reconta para o jovem João Zezim, que o narra para Guégue, o guia que se orienta por referências móveis. A partir daí, o recado vira boato e pode ser ouvido no discurso apocalíptico de Nômini Dômini, nos números inscritos pelo coletor na parede da igreja, ou na letra cantada ao violão por Laudelim, até que se torna compreendido por seu destinatário, o guia Pedro Orósio, que sempre ouvira as diversas variações da mesma história sem atinar para o fato de que isso era um aviso de sua própria morte. 

Constituído pelas relações cooperativas e desarmônicas entre saber e não-saber - entre aquele que sabe e aquele que não sabe, entre o que cada personagem sabe e as formas como o sabe e o compartilha -, o conto opera com formas e temas não-excludentes, que podem ser verificados pelos freqüentes processos de tradução capazes de dar sustentação a uma poderosa estrutura fractal e em rede. 

À medida que a comitiva avança sertão adentro, o recado vai sendo passado de boca em boca a personagens excêntricos: bobos, loucos, lunáticos, fanáticos religiosos e um menino, até chegar aos ouvidos do músico Laudelim, que transforma a mensagem numa canção. Traduzido para a música, o recado é então compreendido por Pedro Orósio, a tempo de receber o aviso do Morro sobre as intenções de seus falsos amigos. 

O morro da Garça, em Minas Gerais, assume papel de destaque no conto, ao enviar mensagem de morte à personagem principal do conto, captada por um visionário sertanejo e afinal percebida a tempo por tal personagem.

A Capital (Eça de Queirós)


Artur Corvelo é um jovem tipicamente cheio de ilusões e ambições sobre a vida, com ideais alimentados por todos os exemplos que leu e estudou desde a sua protegida infância de precoces ensinamentos eruditos, instigados e alimentados pelos seus pais, igualmente iludidos quanto ao potencial do seu rebento para uma carreira sonante na sociedade. 

Desde cedo Artur Corvelo revelou uma veia poética na qual todos acreditaram e que viria a ser o cerne das suas perenes ilusões quanto à vida, alicerçando-se no exemplo de grandes poetas do passado que foram incompreendidos durante muito tempo até serem reconhecidos. Após um estágio em Coimbra, onde estudou durante dois anos, conheceu a vida boêmia dos supostos intelectuais que frequentavam a Universidade, onde foi vagamente aceite mais pela sua admiração e devoção à cultura, que propriamente pelas suas ideias e talento. 

Com a trágica morte da sua mãe, e, pouco depois, do seu pai, é obrigado a fazer uma estada na província com umas tias suas, onde, vítima dos seus ideais, arranja uma série de conflitos com toda a gente, sendo salvo por uma súbita herança que lhe permite realizar o sonho de estar num sítio onde todas as suas ambições poderiam ser alcançadas, na Capital, Lisboa. 

A partir daqui segue-se uma odisseia hilariante e sarcástica da tentativa humilde e ingênua de Artur Corvelo de se evidenciar numa sociedade lisboeta onde reina o egoísmo brutal dos nichos de sociedade e indivíduos que apenas se aproximam dos outros por algum interesse de sua conveniência. Desta forma, vítima de toda a gente, Artur Corvelo, apesar de imensos momentos de ilusória felicidade e ascensão social, intelectual, política, e amorosa, leva revés atrás de revés mas, pacientemente, vai sempre acreditando numa última réstia de esperança, de ambições cada vez mais limitadas, para a sua vida. 

Características: O romance é um magnífico retrato da sociedade, não apenas pela descrição detalhada dos costumes da época (final do século XIX), embora o suficiente para não entediar o leitor, mas pela construção psicológica e motivações dos imensos personagens que se cruzam na vida de Artur Corvelo, das suas personalidades mesquinhas e aviltantes, de todas as classes sociais, com os seus círculos de relacionamento hipócritas e enganadores, onde, comparando a vida social na cidade com a vida social na província, as duas diferem apenas no grau e complexidade dos jogos de interesses que se geram entre as pessoas, onde a ingenuidade, a sinceridade e o bom coração são espezinhados e desprezados. 

Por ser uma excelente caricatura da sociedade que facilmente identificamos com a sociedade dos nossos dias, onde os costumes são diferentes mas a motivação dos grupos sociais a mesma, e por estarmos perante um enredo de constantes acontecimentos, trágicos e cômicos, com Artur Corvelo constantemente em sarilhos, que causam ao leitor uma grande empatia pela personagem, uma vez que ele é o foco e vítima de toda a marcha cega e fútil da sociedade, este é um romance inesquecível, clássico exemplo de uma aprendizagem de vida e suas frustrações, enriquecido pela diversidade e complexidade das situações que são narradas.

Gabriela Cravo e Canela (Jorge Amado)


Modernismo de segunda fase. Gabriela Cravo e Canela é dividido em duas partes, que são em si divididas em outras duas. A história começa em 1925, na cidade de Ilhéus. 

A primeira parte é “Um Brasileiro das Arábias” e sua primeira divisão é “O langor de Ofenísia”. Vai centrando-se a história nesta parte em dois personagens: Mundinho Falcão e Nacib. Mundinho é um jovem carioca que emigrou para Ilhéus e lá enriqueceu como exportador e planeja acelerar o desenvolvimento da cidade, melhorar os portos e derrubar Bastos, o inepto governante. Nacib é um sírio ("turco é a mãe!") dono do bar Vesúvio, que se vê em meio a uma grande tragédia pessoal: a cozinheira de seu partiu para ir morar com o filho e ele precisa entregar um jantar para 30 pessoas em comemoração a inauguração de uma linha automotiva regular para a cidade de Itabuna. Ele encomenda com um par de gêmeas careiras, mas passa toda a parte procurando por uma nova cozinheira. No final desta pequena parte aparece Gabriela, uma retirante que planeja estabelecer-se em Ilhéus como cozinheira ou doméstica, apesar dos pedidos do amante que planeja ganhar dinheiro plantando cacau. 

A segunda parte desta primeira parte é “A solidão de Glória” e passa-se apenas em um dia. O dia começa com o amanhecer de dois corpos na praia, frutos de um crime passional (todo mundo dá razão ao marido traído/assassino), segue com as preparações do jantar e a contratação de Gabriela por Nacib. No jantar acirram-se as diferenças políticas e, na prática, declara-se a guerra pelo poder em Ilhéus entre Mundinho Falcão (oposição) e os Bastos (governo). Quando o jantar acaba (em paz), Nacib volta para casa e, quando ia deixar um presente para Gabriela silenciosa mas, não inocentemente, tem com ela a primeira noite de amor/luxúria. 

A terceira parte chama-se propriamente “Gabriela Cravo e Canela” e sua primeira parte, o capítulo terceiro, chama-se “O segredo de Malvina”, terceiro capítulo, passa-se cerca de três meses após o fim do outro capítulo, e três problemas existem: o caso Malvina-Josué-Glória-Rômulo, as complicações políticas e o ciúmes de Nacib. Vamos pela ordem. Josué era admirador de Malvina, filha de um coronel com espírito livre. Esta começa a namorar Rômulo, um engenheiro chamado por Mundinho Falcão para estudar o caso da barra (que impedia que navios grandes atracassem no porto de Ilhéus). Josué se desaponta e se interessa por Glória, amante de um outro coronel. Rômulo foge após um escândalo feito pelo machista (tão machista quanto o resto da sociedade ilheense) pai de Malvina, Malvina faz planos de se libertar e Josué começa um caso em segredo com Glória. Na política, acirra-se a disputa por votos ao ponto do coronel Bastos mandar queimar toda uma tiragem do jornal de Mundinho. Mas Mundinho ganha terreno com a chegada do engenheiro. E perde quando esse foge covarde. E ganha com a promessa da chegada de dragas a Ilhéus. 

Nacib enquanto isso desenvolveu um caso com Gabriela. Mas está sendo atacado pelos ciúmes (todos querem Gabriela, perfume de cravo, cor de canela). Aos poucos ele percebe que é amor e acaba propondo casamento a Gabriela após a última investida do juiz (alarme falso, ele já havia desistido). Mas foi a tempo, já que até roças do poderoso cacau de Ilhéus já haviam sido oferecidas a Gabriela. O capítulo acaba durante a festa de casamento de Nacib e Gabriela (no civil, já que Nacib é muçulmano não-praticante), quando chegam as dragas no porto de Ilhéus. 

A quarta e última parte chama-se “O luar de Gabriela”. Nesta resolvem-se todos os casos. Pela ordem: Josué e Glória oficializam a relação e Glória é expulsa de sua casa por seu coronel. Na parte da política, após o coronel Ramiro Bastos perder o apoio de Itabuna (e mandar matar, sem sucesso, seu ex-aliado; o quase assassino foge com a ajuda de Gabriela, que o conhecia), ele morre placidamente em seu sono, seus aliados reconhecem que estavam errados (a lealdade era com o homem, não suas ideias) e a guerra política acaba com Mundinho e seus candidatos vencedores. Quanto a Nacib e Gabriela... Gabriela não se adapta de jeito nenhum à vida de "senhora Saad", para desespero de Nacib. Nacib acaba anulando o casamento ao pegá-la na cama com Tonico Bastos, seu padrinho de casamento. Mas ninguém ri de Nacib; pelo contrário, Tonico é humilhado e sai da cidade, o casamento é anulado sem complicações (os papéis de Gabriela eram falsos) e Gabriela sai de casa. Nacib fica amargurado e vai se recuperando. As obras na barra se completam com sucesso e Nacib e Mundinho abrem um restaurante juntos. O cozinheiro chamado pelos dois é... convidado a se retirar da cidade por admiradores de Gabriela, que acaba sendo recontratada por Nacib. Semanas depois, Nacib e ela reiniciam seu caso, tão ardente como era no começo e deixara de ser após o casamento. 

Num epílogo, o coronel, assassino dos dois amantes da primeira parte, é condenado à prisão. Cheio de uma crítica à sociedade ilheense, a própria linguagem do autor muda quando foca-se a atenção em Gabriela. Torna-se mais cantada, mais típica da região (como é a fala de todos), deixando a leitura cada vez mais saborosa.

O Cão dos Baskerville (Sherlock Holmes)


O livro conta a história da família Baskerville que é assombrada a centenas de anos por um cão diabólico. A sua primeira vítima foi Sir Hugo Baskerville, fundador dos Baskervilles. Sir Hugo Baskerville era terrível, chegando ao ponto de raptar jovens moças e assim aproveitar-se delas. Mas um dia uma dessas moças fugira e Sir Hugo Baskerville ao seguí-la foi morto pelo cão. 

Após ocorrer outra morte, a de Sir Charles Baskerville, o último a ser morto pelo cão, Dr.Mortimer então resolve contar para Holmes sobre a lenda e sobre a morte de Sir Charles e pedir ajuda para ele, pois agora o cão teria um novo alvo que era Sir Henry Baskerville, o último herdeiro da família Baskerville. 

Holmes e Watson decidem ir para a mansão dos Baskerville para investigar e proteger Sir Henry. Ao chegar na mansão Baskerville Holmes e Watson começam a investigar sobre a lenda e sobre a morte de Sir Charles perguntando para os moradores vizinhos sobre o caso e com isso conheceram Sir Spatelon, um estranho naturalista e sua irmã a Sra.Spatelon, que tenta avisar Sir Henry do perigo que ele corre ficando na mansão e que ele deveria voltar para Londres. 

Após esse estranho acontecimento com a irmã de Sir Spatelon, Holmes e Watson conversam e investigam um pouco mais sobre Spatelon descobrindo algumas coisas. 

Mas num determinado dia Holmes investigando a mansão vê um quadro de Hugo Baskerville o fundador da família, e percebe a semelhança de Hugo e Spatelon. Com isso Holmes consegue resolver o mistério: na verdade o verdadeiro culpado da morte de Sir Charles era Spatelon, que era também um Baskerville.

Spatelon ao saber da lenda comprou um cão muito grande e usou algumas soluções químicas para dar um tom diabólico ao cão. Com isso, já que todos conheciam a lenda ele poderia matar os outros herdeiros com o cão e ninguém desconfiaria dele e ele ficaria com toda a fortuna da família Baskerville. 

A partir daí Holmes e Watson resolveram fazer uma armadilha para o cão e para Spatelon. Holmes mandou Sir Henry sair a noite e disse para todos que voltaria para Londres para que Spatelon não desconfiasse e assim quando ele soltasse o cão seria pego. Spatelon caiu na armadilha e logo soltou o cão atrás de Sir Henry. Sendo assim, o cão foi seguido por Holmes e Watson que iam atrás dele atirando. Porém o cão conseguira alcançar Sir Henry, derrubando-o no chão e o deixando desacordado. Mas enfim Sherlock Holmes chega a tempo e o cão acaba sendo morto por ele. 

No final tudo é resolvido e Sir Henry se casa com a Sra.Stapleton pois os dois eram apaixonados e ela não era irmã do Sr Stapleton, como todos pensavam e sim a esposa dele (isso porque o Sr Stapleton fizera ela mentir para que ninguém desconfiasse do seu plano). 

Após resolverem o mistério Holmes e Watson voltam para Londres para decifrarem os próximos novos mistérios.

Um estranho numa terra estranha (Robert A. Heinlein)


Era uma vez uma expedição a Marte. Nessa expedição seguiram 3 homens e 3 mulheres, casados. Um dos homens é infiel à sua esposa com outra mulher, que é também infiel ao marido. Da relação nasce uma criança.

Ora, o marido traído descobre a situação e num acesso de ciúme assassina a esposa e o amante. Há mais umas voltas na história e toda a tripulação morre, com exceção do recém-nascido. Este é educado desde pequenino por Marcianos.

A partir daqui é que a história se torna interessante. O humano com educação de marciano regressa à Terra cerca de 20 anos depois. Todo o livro é uma fascinante exploração de um homem, que foi educado fora da civilização humana, a aprender conscientemente a ser um homem.
Valentine Michael Smith têm de aprender, compreender e por vezes aceitar, todo o conjunto de valores humanos.

O livro aborda todos os aspectos da sociedade humana, desde a política, religião, sexo, casamento, serviço militar, direito, etc… O autor consegue colocar-nos numa posição que nos leva a pensar no que somos, porque somos, porque fazemos o que fazemos e da maneira que o fazemos.

O Apanhador no Campo de Centeio (J.D. Salinger)


O Apanhador no Campo de Centeio é um romance escrito pelo americano J. D. Salinger, tendo sua primeira publicação em 1951. A obra é considerada uma das mais importantes do século XX, devido à sua grande influência em jovens de todas as gerações até os dias de hoje. 

O livro tem como protagonista Holden Caulfield, um adolescente de 16 anos com dificuldade de deixar a inocência para trás e entrar na vida adulta. A história começa com Holden reprovando na escola pela quarta vez, e consequentemente sendo expulso. Alguns dias antes da data marcada para ele voltar para casa, ele procura alguma forma de concluir seus últimos dias de vida escolar, mas acaba tão enjoado da escola e do seu colega de quarto que decide partir no meio da noite para Nova Iorque. Para não chegar em casa antes da data esperada por seus pais, ele decide ficar pela cidade para adiar o confronto com eles. Durante três dias na cidade, ele busca por respostas e conselhos em conversas com velhos amigos, taxistas, prostitutas, professores e freiras, chegando a conclusões muito importantes para sua vida. Quando seu dinheiro acaba, ele pensa em fazer um “mochilão” no oeste dos EUA, mas acaba voltando para casa, principalmente para estar com sua irmã mais nova, Phoebe. Apesar do autor não explicitar ao longo da obra, é possível fazer uma divisão dos assuntos abordados em três partes: quando Holden é expulso da escola Pencey Prep, as aventuras de Holden na cidade de Nova Iorque e, por fim, o retorno de Holden à sua casa. 

A obra é narrada em 1ª pessoa, sendo possível identificar três vozes: a de J.D. Salinger, a de Holden Caulfield com 17 anos, na narração, e a de Holden Caulfield com 16 anos, nos diálogos. A narração é feita na forma de fluxo de consciência, ou seja, os eventos são narrados na medida em que Holden Caulfield pensa neles, o que faz com que a cronologia dos fatos não seja exata. A linguagem é marcada pela fala informal dos adolescentes americanos da época e pelas expressões próprias do personagem. A intenção de Salinger era fazer com que seu personagem fosse o mais autêntico possível e, ao mesmo tempo, único e individual. 

O foco não é o que de fato acontece, mas sim as reflexões do personagem ao longo das situações. 

Na passagem que dá o título ao livro, Holden explica que não consegue se imaginar se encaixando em nenhum papel que a sociedade espera dele, como por exemplo, ser um advogado ou um cientista. Ao invés disso, ele se imagina como um apanhador no campo de centeio, que fica na beira de um grande campo de centeio protegendo criancinhas, impedindo-as de cair. Com isso, é possível ver os dois lados da personalidade de Holden, quando ele admite que ele é um fracasso e que não consegue se encaixar no mundo adulto, mas também é sensível e inocente, tendo compaixão e compreensão por aqueles que são descolocados ou indefesos.

Til (José de Alencar)


Besita, moça pobre, porém das mais belas da região, é objeto de desejo tanto de Luis Galvão, jovem fazendeiro, quanto de Jão, um órfão que foi criado junto com Luis Galvão. A moça corresponde ao amor do rico fazendeiro, mas este não tem interesse em desposar Besita, pois ela é pobre. 

Influenciada por seu pai, Besita acaba casando-se com Ribeiro. Esse, logo após a noite de núpcias, parte em viagem para resolver problemas relacionados a uma herança de família e fica anos afastado. Durante o período em que Ribeiro não se encontra pela região, Luis procura Besita, que o recebe achando tratar-se de seu marido. Desse encontro nasce Berta. 

Uma tarde, Ribeiro retorna e, ao encontrar sua esposa com uma filha, descontrola-se e assassina Besita. Jão não consegue evitar a morte dela, mas consegue salvar Berta, que passa a viver com nhá Tudinha e seu filho Miguel. Zana, uma negra que vivia com Besita, enlouquece após presenciar o assassinato desta. Jão torna-se capanga dos ricos da região, cometendo várias mortes e tornando-se o temido o Jão Fera. 

Quinze anos depois de assassinar sua esposa, Ribeiro retorna irreconhecível e com o nome de Barroso. Com o propósito de vingar-se de Luis Galvão, ele contrata Jão Fera, que não o reconhece. Porém, Berta descobre os intentos de Ribeiro e consegue salvar Luis. 

Em uma segunda tentativa, dessa vez com a ajuda de alguns escravos da Fazenda das Palmas, Ribeiro incendeia o canavial. Ao tentar apagar o fogo sozinho, Luis leva uma pancada na cabeça. Quando está para ser lançado ao canavial em chamas, Luis é salvo por Jão, que mata os responsáveis pelo incêndio, com exceção de Ribeiro. 

Após isso, Jão Fera é preso em Campinas. Sabendo da ausência desse, Ribeiro planeja uma outra vingança, dessa vez contra Berta. Aproxima-se dela, que está com Zana, mas nesse momento chega Jão (que tinha se libertado) e mata Ribeiro de forma violenta. Brás, sobrinho de Luis, com problemas mentais, leva Berta para ver a cena. Ela foge horrorizada e Jão, sabendo que a moça o desprezava a partir de então, entrega-se a polícia. 

Convém neste ponto relatar a relação entre Brás e Berta. O jovem Brás possui problemas mentais e é completamente excluído em sua família. Apesar de Brás ser apaixonado por Berta, ela não pode corresponder aos sentimentos do rapaz, resolvendo então ensinar o abecedário e rezas a ele. Porém, o menino tem grandes dificuldades em aprender, tendo apenas decorado o acento "til", que o encantava. Para facilitar o aprendizado, Berta se autonomeia Til e passa a ensinar Brás relacionando cada coisa com nomes de pessoas que ele conhecia. 

Em certo momento, Luis decide contar toda a verdade para sua esposa, D. Ermelinda. Em um primeiro momento ela se entristece, mas depois passa a apoiar o marido e decide que ele deve reconhecer Berta como filha. Dessa forma, os dois a procuram e contam tudo, omitindo as partes desagradáveis. 

Jão foge mais uma vez da prisão e vai procurar Berta. Desconfiada que Luis Galvão e sua esposa escondem algo, ela implora a Jão que conte toda a verdade sobre a história de sua mãe Besita, o que Jão faz. Berta se emociona com a história e abraça Jão, dizendo que ele sempre cuidou dela, sendo, então, seu pai. 

Luis Galvão pede que Berta vá morar com ele, mas ela nega e pede que ele leve Miguel, o filho de nhá Tudinha. Todos partem e Berta fica na fazenda com Jão Fera e Brás. 

Lista de Personagens: 

As personagens de Til são arquétipos da sociedade brasileira do século XIX: os escravos, os aristocratas, o povo pobre. A sociedade da época estava estruturada basicamente em duas camadas sociais: de um lado os aristocratas, grandes latifundiários e escravocratas, e de outro lado estavam os escravos e a gente humilde do campo. Tanto na região rural, onde se passa o romance, quanto nas grandes cidades quase não há classe média. 

Berta, Inhá ou Til: personagem central do livro, Berta, filha do fazendeiro Luis Galvão com Besita, é a representação típica da heroína romântica. Após a morte de sua mãe, passa a viver com nhá Tudinha e seu filho Miguel. Muito bonita e graciosa, atrai o carinho e o amor de todos, tendo contato inclusive com as pessoas mais desprezadas da região. Berta é personagem central e exerce grande influência sobre todas as outras personagens do livro. 

Miguel: filho de nhá Tudinha, mostra-se apaixonado por sua irmã de criação, Berta (ou Inhá, como ele a chama). Por ser pobre, Miguel busca estudar para ascender socialmente e poder se casar com Linda. Luis Galvão: dono da Fazenda das Palmas. Homem de muitas aventuras amorosas desde a juventude, é sempre protegido por seu "capanga" João Fera. 

Linda: é filha de Luis Galvão e D. Ermelinda. Educada aos moldes da corte, mas amiga de Berta e Miguel, jovens de camada social inferior. 

Afonso: irmão de Linda. Possui o mesmo espírito conquistador de seu pai e acaba se apaixonando por Berta, sem saber que esta é sua irmã de sangue. 

Jão Fera ou Bugre: capanga dos ricos da região, é um homem temido. Sem conseguir salvar Besita, por quem era apaixonado, passa a proteger Berta após a morte de sua mãe. 

Brás: sobrinho de Luis Galvão que sofria de ataques epiléticos e era débil mental. Era apaixonado por Berta (ele a chama de Til), que lhe ensinava o abecedário e rezas. 

Zana: negra que trabalhava para Besita e que enlouquecera após presenciar o assassinato de Besita. 

Ribeiro ou Barroso: marido de Besita. Logo após a noite de núpcias, parte para longe e fica anos afastado. Ao voltar e encontrar a esposa com uma filha, planeja vingança e assassina Besita. Promete vingar-se de Luis Galvão e Berta. 

D. Ermelinda: elegante esposa de Luis Galvão.